Os espíritos esclarecem a Kardec ("O
Céu e o Inferno, 2ª parte, cap. IV) o seguinte: "Por sua natureza, possui o Espírito uma propriedade luminosa
que se desenvolve sob o influxo da atividade e das qualidades da alma.
Poder-se-ia dizer que essas qualidades estão para o fluido perispiritual como o
friccionamento para o fósforo. A intensidade da luz está na razão da pureza do
Espírito: as menores imperfeições morais atenuam-na e enfraquecem-na. A luz
irradiada por um Espírito será tanto mais viva, quanto maior o seu
adiantamento. Assim, sendo o Espírito, de alguma sorte, o seu próprio farol,
verá proporcionalmente à intensidade da luz que produz, do que resulta que os
Espíritos que não a produzem acham-se na obscuridade."
Porque o espírito, dependendo do seu grau de adiantamento, irradia luz? Vejamos as pedras. Não irradiam luz e são muito sólidas. Mas, quando as vemos sendo expelidas do vulcão, sob a forma do magma (rocha derretida), a pedra está incandescente, emanando luz, e está maleável, densamente liquefeita. É porque está repleta de energia na forma de calor. Na medida em que perde energia calorífica, pois que não tem condições nem de gerá-la ou mantê-la, perde a incandescência, cessando a emissão de luz, e com suas ligações moleculares mais estáveis, se solidifica.
Traçando um paralelo entre a rocha e o espírito, podemos dizer que o
espírito "pedra" é denso, pesado, produz muito pouca energia que não
seja densa e, assim, não tem condições de incandescer. Por ser plenamente
identificado com a matéria, com o ser humano, seus cinco sentidos e as relações
pessoais, pouco capta da energia etérea, mas vibrante, pulsante, abundante,
amorosa, viva, quepermeia o universo. A medida em que avança moralmente e olha
mais para a alma que para o corpo, identifica-se com o espiritual, com o
transcendental, assim SINTONIZANDO com essas correntes energéticas, que passa a
ser condutor, tornando-se, no nosso exemplo, um espírito "magma". Por essa fonte superior de energia ser inesgotável,
incessantemente a capta e sua alma a emana, incandescendo; é como se a pedra
readquirisse a energia que possuía quando estava no vulcão.
Sri Sathya Sai
Baba, um
avatar (mestre) indiano desencarnado em 2011, ao responder a pergunta de como
alguém poderia se tornar elevado como ele, respondeu com simplicidade:
"Sabe quem é Baba? Baba é amor, é amor, é amor. Somos todos iguais, como
uma lâmpada, mas Baba já construiu uma resistência de 150 watts e ilumina mais
do que a irmã, que está pelos 25 watts."
Em suma, quanto mais elevado o espírito,
mais moralizado, mais amoroso; Deus é amor; o espírito, elevando-se em direção
ao criador, capta as energias provenientes das altas esferas espirituais, e
como uma lâmpada ilumina quando energizada, ele torna-se, como dito a Kardec, "seu próprio farol",
iluminando-se e a iluminar.