quarta-feira, 31 de julho de 2013

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

LEITURAS NECESSÁRIAS AOS ESPÍRITAS - Por Yvonne A. Pereira

    "Atermo-nos somente à literatura espírita será exclusivismo que limitará a nossa ação em favor da própria doutrina que defendemos."  (Yvonne Amaral Pereira)

     Escutar dna. Yvonne Pereira, contemporânea e amiga de Chico Xavier, é ter a certeza do bom-senso e da inspiração pela espiritualidade superior, resultado de sua vivência moral-cristã e dedicação integral à mediunidade com Jesus.

     Questionada pelo entrevistador sobre sua opinião a respeito da grande multiplicação dos livros espíritas (já naquela época, em 1978, imagine hoje!) e quais livros devem merecer especial atenção dos espíritas, responde, com muita propriedade:

     "O movimento quantitativo já pôs em risco a pureza doutrinária do espiritismo. Vendem-se, com efeito, muitos livros, mas os conhecimentos doutrinários continuam diminutos. A grande massa dos espíritas desconhecem os princípios do espiritismo. Lê os livros, é verdade, mas confessa que nada entende, principalmente os de base, de Allan Kardec, por muitos considerados ultrapassados. Léon Denís, Gabriel Dellane, Ernesto Bozzano e outros iluminares do espiritismo, de primeira categoria, seguidores de Allan Kardec, são desconhecidos. Existe fanática predileção pela obra mediúnica, a qual, se é autêntica, representa um excelente subsídio para as obras fundamentais. Infelizmente, nem sempre assim é (...). Recebo cartas do país inteiro, pedindo instruções e conselhos para tudo (...), sinal de que, realmente, não entendem o que lêem. O espírita, em grande parte, não aprendeu a viver com a doutrina; vive perguntando, a este ou aquele como é isto ou aquilo. As idéias pessoais infiltradas na doutrina é o mal que deve ser evitado pelo adepto sincero.

     (quanto aos assuntos que poderiam ser estudados, com proveito, pelos espíritas)

     "As escrituras cristãs são indispensáveis à cultura de um espírita. O Dr. Bezerra de Menezes aconselha, constantemente, ser indispensável aos espíritas a leitura da história do cristianismo. Eu mesma tenho observado, às vezes, pessoas falando em público trechos do Evangelho que não estão certos. É preciso conhecê-lo e estudá-lo o mais possível. Ou nós aceitamos o Evangelho ou não. Há espíritas que, de fato, não se dedicam muito ao estudo do Evangelho. O espiritismo, portanto, é cultura geral, é nobreza intelectual e moral, é ciência transcendente. Por isso, creio que devemos conhecer, tanto quanto seja possível, tudo quanto possa nos elevar o coração, a mente e o conhecimento.
     O espírita precisa, ainda, conhecer um pouco de história, a fim de poder dar expansão às inspirações que descerão do invisível, ajudando nos trabalhos a realizar para divulgação da sua crença, pois em todas as civilizações deste mundo existiram o rastro da comunicação dos espíritos e princípios divinos.
     Mas não podemos olvidar que tudo isso deve ser acompanhado da humildade de coração, da simplicidade do comportamento, sem pretensões a títulos acadêmicos, geradores do orgulho. Existem espíritas incultos que compreendem as coisas de Deus e a doutrina dos espíritos, inclusive, que nos superam em sensatez e capacidade, e há muitos que, embora cultos, se deixam levar pelo orgulho e a vaidade de se suporem superiores.
     Há ocasiões em que meus guias recomendam ler obras profanas de todos os tipos, desde que esclareçam e edifiquem a mente. Atermo-nos somente à literatura espírita será exclusivismo que limitará a nossa ação em favor da própria doutrina que defendemos.

 (Extraído do livro "Pelos Caminhos da Mediunidade Serena Entrevistas e Textos", Yvonne Amaral Pereira, Ed. 3 de Outubro, p. 90-93.)


    Além de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", o espírita também deve conhecer os Evangelhos do Novo Testamento, não apenas os fragmentos comentados no ESE. Eu já ví, por exemplo, atribuírem uma frase a Jesus que na verdade estava nos Atos dos Apóstolos, e era de Pedro. O Atos e as epístolas de Paulo também nos servem de embasamento, tanto moral, quanto intelectual, quanto histórico.

     Quantos espíritas não leram "O Livro dos Espíritos", pedra angular para TODOS os livros espíritas verdadeiros (sim, muitas publicações são fraudes, do escritor ou do espírito - ou suposto espírito, dado que qualquer um pode publicar uma estória e dizer que é psicografia do espírito fulano, quem vai provar o contrário, senão pela análise do conteúdo?)!!! Quem não leu o L.E. é semelhante a um advogado que não leu o código penal, apenas estudou os casos de julgamentos:  terá enorme dificuldade de conduzir processo próprio, pois não conhece os princípios que regem o direito. O espírita que não estudou o Livro dos Espíritos não terá capacidade própria de julgamento doutrinário, visto que desconhece os princípios que regem a doutrina.

     Tenhamos em mente onde queremos chegar. Queremos ficar eternamente emocionados com romances espíritas? Ou queremos conhecer, estudar a FERRAMENTA Espiritismo, que poderemos utilizar para nossa elevação moral, consoante o próprio objetivo do espiritismo?

    Se queres uma dica de romance, leia "Tormentos da Obsessão", de Divaldo P. Franco. Ele mostra como os espíritas estão desencarnando mal, por intelectuarizarem a doutrina e não agirem de acordo com seus princípios morais. Falando no querido Divaldo, este blog tem um artigo que trata do mesmo assunto, a "Opinião de Divaldo sobre a enxurrada de livros espíritas no mercado". Vale a pena ler.

     Não só leia, estude a leitura, retenha. Não só estude a leitura, também faça conexões com aquilo que você aprendeu, a fim de eliminar os conceitos errôneos. E não esqueça: temos mais a DESAPRENDER do que aprender, espíritos milenares que somos, trazendo na bagagem inconsciente muitos conceitos de pensar e agir que não são mais válidos para nós. Eis o grande objetivo da tão falada "reforma interior", que nos conduzirá às moradas felizes na Casa do Pai.








domingo, 6 de janeiro de 2013

PARE, OLHE, ESCUTE

    
   
    Na obra O Espiritismo na sua mais simples expressão, Allan Kardec afirma:

    "O objetivo essencial do Espiritismo é melhorar os homens, no que concerne ao seu progresso moral e intelectual."

    Nesse sentido, cita em O Evangelho Segundo o Espiritismo:

    "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más."

    Por isso, convidamos a fazer o que a placa sugere: Parar, Olhar, Escutar. Estaremos utilizando o espiritismo para nossa transformação moral ou simplesmente estamos intelectualizando-o? Sabemos que direção seguir? Somos conscientes dos nossos objetivos espirituais, aqueles que a ferrugem não destrói, nem as traças corrompem? Porque vemos muitos espíritas buscando e buscando conhecimento - e isto é louvável, sem dúvida, principalmente por parte dos trabalhadores das instituições espíritas -, porém retendo este conhecimento mais a nível intelectual, não os convertendo em sentimentos, condutas morais e atitudes. Nesse sentido, Kardec comenta:

            "O saber nos eleva na hierarquia espírita, mas não contribui em nada para o restabelecimento da ordem perturbada pelo mau. O saber nada expia, nada resgata, em nada influi sobre a justiça de Deus: a caridade, ao contrário, expia e apazigua. O saber é uma qualidade, a caridade é uma virtude." (Revista Espírita, agosto de1860)

        Ou seja, de nada adianta o saber sem pô-lo em prática. O mestre de Lyon apontou este tipo de comportamento, quando definiu os tipos de espíritas:

     "(...) Vêm em seguida aqueles que aceitam a idéia, como filosofia, porque ela satisfaz sua razão, mas cuja fibra moral não é suficientemente tocada para compreender as obrigações que a Doutrina impõe àqueles que a assimilam. O homem velho está sempre aí, e a reforma de si mesmo lhe parece uma tarefa muito pesada; mas como eles não estão menos firmemente convencidos, e se encontram entre eles propagadores e defensores zelosos (do espiritismo)." (Revista Espírita, julho de 1866)

    Sendo mais fácil mudar o exterior que o interior, muitos de nós intelectualizamos as instruções espirituais - que nos emocionam, nos fascinam - porém não transformando as máximas do espiritismo em as máximas da nossa alma. Assim, o "homem velho" permanece em nós. Muitos dizem "é dificil ser espírita praticante, eu não consigo", referindo-se que não consegue êxito na reforma íntima, mas... existiria espírita não praticante, dado que o objetivo do espiritismo é a introjeção da moral filosófica no nosso modo de pensar, sentir e agir, para evoluirmos moralmente? Talvez a estes poderíamos dizer que são apenas leitores do espiritismo. E muitos trabalhadores espíritas damos toda atenção à disciplina, pontualidade, fidelidade doutrinária, qualidade nos trabalhos - tudo correto, mas exterior. É zelo, conforme afirmou Kardec. Temos amor pelo trabalho e pela doutrina, mas aquele empenho em "ser hoje melhor do que ontem, e amanhã melhor do que hoje", movido a base de força de vontade e perseverança, não logramos conquistar...

    As vezes, penso que haveriam somente dois livros espíritas que precisaríamos ler: O Evangelho Segundo o Espiritismo, que se deixássemos nossos corações se enternecer  com suas elucidações em torno da moral pregada por Jesus. O outro seria O Livro dos Espíritos, para dar apoio intelectual à fé, de acordo com a definição que o espiritismo possui uma fé raciocinada, ou seja, apoiada na razão. Lembro de Ghandi declarando que, se os cristãos seguissem o que está contido na página que contém os dez mandamentos, não precisariam ler o resto da bíblia.

    No capítulo XV do Evangelho Segundo o espiritismo, Kardec faz uma síntese dos comportamentos que Jesus nos ensinou para que atingíssemos a felicidade:
     "Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura."

    Assim, Paremos, Olhemos e Escutemos nosso coração: O quanto do exposto acima já conseguimos? Sabemos quais aspectos nossa alma é mais deficitária, para priorizarmos esforços? E, principalmente, estamos empenhando para conseguir? Será que estamos sendo o espírita intelectual ou o espírita que utiliza o espiritismo para se melhorar e ascender evolutivamente?  De acordo com a resposta, poderemos seguir adiante nossos estudos, alimentando nossa fé raciocinada, na certeza que eles renderão belos frutos espirituais. Ou então, necessitaremos parar, olhar, escutar, a fim de redefinir nosso caminho para a construção da iluminação interior.

   Também Paulo nos convida à ação, ao cultivo e a aplicação das virtudes:

            "Levando-a por guia (a caridade), nunca o homem se transviará.(...) Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação."
PAULO, apóstolo

    Por fim, a palavra de Emmanuel:
 
     "Lembrando o Codificador da Doutrina Espírita é imperioso estejamos alerta em nossos deveres fundamentais. Convençamos-nos de que é necessário:
Sentir Kardec;
Estudar Kardec;
Anotar Kardec;
Meditar Kardec;
Analisar Kardec;
Comentar Kardec;
Interpretar Kardec;
Cultivar Kardec;
Ensinar Kardec e
Divulgar Kardec.
     Que é preciso cristianizar a humanidade é afirmação que não padece dúvida; entretanto, cristianizar, na Doutrina Espírita, é raciocinar com a verdade e construir com o bem de todos, para que, em nome de Jesus, não venhamos a fazer sobre a Terra mais um sistema de fanatismo e de negação.
EMMANUEL
Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier
"Reformador", março de 1961, FEB.

sábado, 5 de janeiro de 2013

LEI DA AÇÃO E REAÇÃO ( KARMA )


            "Karma" é um termo sânscrito (Karmam) que significa "ação". O Espiritismo, acompanhando a ciência, adotou o termo "Lei da Ação e Reação", dado que a física estabalece que para cada ação existe uma reação. Existe muito pouco material mediúnico sobre este tema, provavelmente porque os Hinduístas, há mais de 1500 anos a.C. já o conheciam em profundidade, como posteriormente outras religiões orientais reencarnacionistas. Adotarei o termo karma neste texto porque é mais prático que escrever lei da ação e reação.

            A palavra karma tem sido utilizada, muito frequentemente, para designar as situações de sofrimento e dor das pessoas, como se significasse castigo. Porém, é uma expressão neutra, pois "ação" pode ser tanto positiva como negativa. Deste modo, existem o karma bom e o karma ruim em todos nós, sendo o bom oriundo de nossas boas atitudes e o ruim das atitudes prejudiciais.

            Com relação ao sentido de castigo que muitas pessoas atribuem, é um grande equívoco.  O carma tem caráter regenerador, nunca punitivo. Deus não pune, ele educa, é a própria criatura que colhe o fruto de suas semeaduras pretéritas. Por isso existe o karma latente, abaixo designado, que irá ser ativado quando o ser tiver condições de compreender a lição. E caso fracasse, a lição é repetida novamente, quantas vezes forem necessárias, na vida atual ou futura(s). E, ainda, podemos modificar o karma negativo por boas atitudes, pois "o amor cobre uma multidão de pecados", ensina o apóstolo Pedro, em sua primeira epístola (I Pedro, 4:8).

            No caso do karma negativo, todo ato, pensamento ou palavra de baixa qualidade fica impresso na alma e no perispírito, criando uma massa composta de fluidos extremamente negativos. O peso dessa massa deve ser expurgado através do corpo físico, passando o homem por sofrimentos da mesma intensidade, ou até da mesma qualidade , que impôs a si ou ao seu semelhante. Podemos dizer também que o karma é um acúmulo de elos energéticos entre espíritos, elos que foram criados através de sucessivas reencarnações e que necessitam ser sublimados pelo amor .

            A dor, física ou espiritual, é sempre um processo de purificação pelo qual se realiza a eliminação necessária ao espírito que se contaminou. Não é, porém, como já dissemos, o único modo de depuração; a mudança de atitudes mentais e ações positivas atuam sobre o caráter mutável do carma, abrandando ou até mesmo extinguindo efeitos de ações negativas, dependendo da intensidade.

            Abaixo, os tipos de carma:

            karma latente - correspondente ao karma acumulado em nossas vidas passadas e ainda não processado, isto é, ainda não está sendo resgatado. O ser ainda não reuniu as condições necessárias para a compreensão da lição; ficará em estado latente até que estas surjam. Quem decide quando será ativado são entidades de elevada hierarquia espiritual, que elaboram as reencarnações.

            karma presente - correspondente ao karma que está sendo processado, ou seja, gerado em vidas passadas e que estamos resgatando atualmente nesta encarnação. A criatura já tem condições de compreender e superar a lição na vida presente, e a situação cármica é ativada.

            karma imediato - correspondente ao karma gerado e processado na vida atual, é aquele onde o intervalo de tempo entre a causa e o efeito se dá na mesma encarnação, ou seja é gerado e resgatado numa mesma vida.

            karma futuro - correspondente ao karma gerado na vida atual mas que vai ser resgatado numa vida futura. Colheremos os méritos e resgataremos nossos deméritos. Cabe aqui ressaltar um conceito budista, a roda do samsara, que é o ciclo de ação, reação, nascimento, morte e renascimento de modo contínuo, que prevalecerá existindo enquanto não cessarem nossas ações ruins. O budista tem como objetivo parar esse ciclo de reencarnações. nesse sentido, recordamos Kardec professando o lema "fora da caridade não há salvação".

            karma acidental - menos conhecido, segundo os hindus seria aquele evento que não estava programado na reencarnação, mas como estamos sempre criando novas situações, pode ocorrer uma grave que mude o curso da encarnação, mas que é permitido acontecer porque está em nosso contexto kármico.  

             O karma também divide-se em:

            • pessoal: com que tipo de corpo reencarnaremos, em que lugar, com que pessoas, os eventos que serão desencadeados durante a existência, etc...

            • coletivo: familiar (compartilhado entre os membros da família), racial (compartilhado pelos componentes de uma raça) e regional (pode ser uma cidade, uma região, ou um estado ou uma Nação). Temos observado ultimamente muitos carmas coletivos ultimamente, onde necessidades karmicas similares reúnem determinado número de pessoas num mesmo evento (podemos rapidamente citar: os tsunamis das ilhas Fiji, do chile e do japão; terremotos no Haiti, China e Chile, quedas de aviões, passagens de tempestades como em New Orleans e recentemente em New York, enchentes, inundações, nascer em países paupérrimos, em guerra ou governados por tiranos, dentre outros).

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

O DUPLO ETÉRICO

    
                Ainda segundo Zimmermann, o corpo físico organiza-se tendo como fonte modeladora o perispírito, cujas linhas de força servem, depois, à sua sustentação. Desde os primeiros instantes da fecundação do óvulo, o perispírito do reencarnante passa a servir de suporte ao embrião, que se desenvolve graças, em grande parte, aos recursos oriundos do estoque de energia vital da mãe.
                À medida que se desenvolve e se aprimora fisiologicamente, o corpo em formação, sob o impulso automático do perispírito do reencarnante, quantidades de energia vital (ou princípio vital, resultado da ação do perispírito sobre os elementos físicos) não apenas são canalizadas para a contrução do novo organismo, como são aglutinadas em outra estrutura que servirá de verdadeiro reservatório de vitalidade, necessário, durante a vida física, à reposição de energias gastas ou perdidas. Este reservatório é chamado duplo etérico, pois parece mais uma duplicação do corpo físico do que do perispírito (os Hindus o designavam prânamâyakosha, veículo do prana (energia vital). Seria o segundo corpo, precedido do físico e antecedendo o corpo espiritual (ou pissicossoma, ou corpo astral, ou perispírito).

                Corpo físico, duplo etérico e perispírio interpenetran-se numa dinâmica contínua. É através do duplo etérico que os centros de força do perispírito (chakras) distribuem a cada célula física a energia necessária à sua sustentação. Daí a importância fundamental do duplo etérico na conservação da vida orgânica. Distribuindo as energias vitalizantes pelo corpo físico, ele cuida para que as funções vitais permaneçam equilibradas e o organismo conserve seu equilíbrio harmônico.

                Tudo indica que a carga de energia vital contida no duplo etérico condiciona, basicamente, a maior ou menor longevidade do ser humano, ainda que não possam deixar de ser considerados fatores como hereditariedade, hábitos alimentares e outros que possam vir a compor o esquema cármico de cada reencarnação.
                Médiuns curadores e de efeitos físicos particularmente ostensivos já trazem em seu duplo etérico maior reserva de energia.

                No desencarne, com o desligamento do perispírito, grande parte da energia vital contida no corpo etérico ainda permanece no cadáver, libertando-se pouco a puco, em velocidade de acordo não com a desintegração das células físicas, mas da evolução do ser. Maior ou menor quantidade desta energia permanece no próprio perispírito, igualmente de acordo com o estágio evolutivo do desencarnante.
                Os benfeitores espirituais dispersam estas energias do féretro, nos desencarnes assistidos, para que não sejam "vampirizadas" por espíritos de baixa evolução. André Luiz presenciou esta operação:

            "Logo após, ante meus olhos atônitos, Jerônimo inclinou- se piedosamente sobre o cadáver, no ataúde momentaneamente aberto antes da inumação, e, através de passes magnéticos longitudinais, extraiu todos os resíduos de vitalidade, dispersando-os, em seguida, na atmosfera comum, através de processo indescritível na linguagem humana por inexistência de comparação analógica, para que inescrupulosas entidades inferiores não se apropriassem deles."

("Obreiros da Vida Eterna",  F. C. Xavier, esp. André Luiz, cap 15, p. 143, ed. FEB)

                Disto segue-se o grande problema do suicida: os laços energéticos não são desatados, e sim rompidos, ficando o corpo impregnado de energia vital, bem como o perispírito, que sente as repercussões do cadáver (cada caso é um caso, alguns gêneros de suicídios - e não se refere a como a pessoa tirou sua vida, e sim o conjunto de fatores que a levou à decisão extrema - causam menos sofrimento ao espírito suicida que outros).

                Igualmente, aqueles que conduziram a existência terrena longe dos postulados evangélico-morais, vivendo para a saciedade dos sentidos e das relações humanas, gerando deste modo energias densas que do mesmo modo foram alojadas no duplo etérico, terão um desencarne problemático, ainda mais se não forem merecedoras de assistência espiritual. Poderão ter as energias densas do cadáver retiradas por outras entidades espirituais igualmente viciosas - e isto é sentido, ressoa no perispírito do desencarnado. E, por estar este perispírito revestido de energia densa, a "gravidade espiritual" se encarrega da alocação do espírito nos locais umbralinos correspondentes ao seu estágio.