Ainda segundo Zimmermann, o
corpo físico organiza-se tendo como fonte modeladora o perispírito, cujas
linhas de força servem, depois, à sua sustentação. Desde os primeiros instantes
da fecundação do óvulo, o perispírito do reencarnante passa a servir de suporte
ao embrião, que se desenvolve graças, em grande parte, aos recursos oriundos do
estoque de energia vital da mãe.
À
medida que se desenvolve e se aprimora fisiologicamente, o corpo em formação,
sob o impulso automático do perispírito do reencarnante, quantidades de energia
vital (ou princípio vital, resultado da ação do perispírito sobre os elementos
físicos) não apenas são canalizadas para a contrução do novo organismo, como
são aglutinadas em outra estrutura que servirá de verdadeiro reservatório de
vitalidade, necessário, durante a vida física, à reposição de energias gastas ou
perdidas. Este reservatório é chamado duplo
etérico, pois parece mais uma
duplicação do corpo físico do que do perispírito (os Hindus o designavam prânamâyakosha, veículo do prana
(energia vital). Seria o segundo corpo, precedido do físico e antecedendo o
corpo espiritual (ou pissicossoma, ou corpo astral, ou perispírito).Corpo físico, duplo etérico e perispírio interpenetran-se numa dinâmica contínua. É através do duplo etérico que os centros de força do perispírito (chakras) distribuem a cada célula física a energia necessária à sua sustentação. Daí a importância fundamental do duplo etérico na conservação da vida orgânica. Distribuindo as energias vitalizantes pelo corpo físico, ele cuida para que as funções vitais permaneçam equilibradas e o organismo conserve seu equilíbrio harmônico.
Tudo
indica que a carga de energia vital contida no duplo etérico condiciona,
basicamente, a maior ou menor longevidade do ser humano, ainda que não possam
deixar de ser considerados fatores como hereditariedade, hábitos alimentares e
outros que possam vir a compor o esquema cármico de cada reencarnação.
Médiuns
curadores e de efeitos físicos particularmente ostensivos já trazem em seu
duplo etérico maior reserva de energia.
No
desencarne, com o desligamento do
perispírito, grande parte da energia vital contida no corpo etérico ainda
permanece no cadáver, libertando-se pouco a puco, em velocidade de acordo não
com a desintegração das células físicas, mas da evolução do ser. Maior ou menor
quantidade desta energia permanece no próprio perispírito, igualmente de acordo
com o estágio evolutivo do desencarnante.
Os
benfeitores espirituais dispersam estas energias do féretro, nos desencarnes
assistidos, para que não sejam "vampirizadas" por espíritos de baixa
evolução. André Luiz presenciou esta operação:
"Logo
após, ante meus olhos atônitos, Jerônimo inclinou- se piedosamente sobre o cadáver,
no ataúde momentaneamente aberto antes da inumação, e, através de passes magnéticos
longitudinais, extraiu todos os resíduos de vitalidade, dispersando-os, em
seguida, na atmosfera comum, através de processo indescritível na linguagem
humana por inexistência de comparação analógica, para que inescrupulosas
entidades inferiores não se apropriassem deles."
("Obreiros da Vida Eterna", F. C. Xavier, esp. André Luiz, cap 15, p. 143,
ed. FEB)
Disto segue-se o grande problema do suicida: os laços energéticos não são desatados, e sim rompidos, ficando o corpo impregnado de energia vital, bem como o perispírito, que sente as repercussões do cadáver (cada caso é um caso, alguns gêneros de suicídios - e não se refere a como a pessoa tirou sua vida, e sim o conjunto de fatores que a levou à decisão extrema - causam menos sofrimento ao espírito suicida que outros).
Igualmente,
aqueles que conduziram a existência terrena longe dos postulados evangélico-morais,
vivendo para a saciedade dos sentidos e das relações humanas, gerando deste
modo energias densas que do mesmo modo foram alojadas no duplo etérico, terão
um desencarne problemático, ainda mais se não forem merecedoras de assistência
espiritual. Poderão ter as energias densas do cadáver retiradas por outras
entidades espirituais igualmente viciosas - e isto é sentido, ressoa no
perispírito do desencarnado. E, por estar este perispírito revestido de energia
densa, a "gravidade espiritual" se encarrega da alocação do espírito nos
locais umbralinos correspondentes ao seu estágio.