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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

O DUPLO ETÉRICO

    
                Ainda segundo Zimmermann, o corpo físico organiza-se tendo como fonte modeladora o perispírito, cujas linhas de força servem, depois, à sua sustentação. Desde os primeiros instantes da fecundação do óvulo, o perispírito do reencarnante passa a servir de suporte ao embrião, que se desenvolve graças, em grande parte, aos recursos oriundos do estoque de energia vital da mãe.
                À medida que se desenvolve e se aprimora fisiologicamente, o corpo em formação, sob o impulso automático do perispírito do reencarnante, quantidades de energia vital (ou princípio vital, resultado da ação do perispírito sobre os elementos físicos) não apenas são canalizadas para a contrução do novo organismo, como são aglutinadas em outra estrutura que servirá de verdadeiro reservatório de vitalidade, necessário, durante a vida física, à reposição de energias gastas ou perdidas. Este reservatório é chamado duplo etérico, pois parece mais uma duplicação do corpo físico do que do perispírito (os Hindus o designavam prânamâyakosha, veículo do prana (energia vital). Seria o segundo corpo, precedido do físico e antecedendo o corpo espiritual (ou pissicossoma, ou corpo astral, ou perispírito).

                Corpo físico, duplo etérico e perispírio interpenetran-se numa dinâmica contínua. É através do duplo etérico que os centros de força do perispírito (chakras) distribuem a cada célula física a energia necessária à sua sustentação. Daí a importância fundamental do duplo etérico na conservação da vida orgânica. Distribuindo as energias vitalizantes pelo corpo físico, ele cuida para que as funções vitais permaneçam equilibradas e o organismo conserve seu equilíbrio harmônico.

                Tudo indica que a carga de energia vital contida no duplo etérico condiciona, basicamente, a maior ou menor longevidade do ser humano, ainda que não possam deixar de ser considerados fatores como hereditariedade, hábitos alimentares e outros que possam vir a compor o esquema cármico de cada reencarnação.
                Médiuns curadores e de efeitos físicos particularmente ostensivos já trazem em seu duplo etérico maior reserva de energia.

                No desencarne, com o desligamento do perispírito, grande parte da energia vital contida no corpo etérico ainda permanece no cadáver, libertando-se pouco a puco, em velocidade de acordo não com a desintegração das células físicas, mas da evolução do ser. Maior ou menor quantidade desta energia permanece no próprio perispírito, igualmente de acordo com o estágio evolutivo do desencarnante.
                Os benfeitores espirituais dispersam estas energias do féretro, nos desencarnes assistidos, para que não sejam "vampirizadas" por espíritos de baixa evolução. André Luiz presenciou esta operação:

            "Logo após, ante meus olhos atônitos, Jerônimo inclinou- se piedosamente sobre o cadáver, no ataúde momentaneamente aberto antes da inumação, e, através de passes magnéticos longitudinais, extraiu todos os resíduos de vitalidade, dispersando-os, em seguida, na atmosfera comum, através de processo indescritível na linguagem humana por inexistência de comparação analógica, para que inescrupulosas entidades inferiores não se apropriassem deles."

("Obreiros da Vida Eterna",  F. C. Xavier, esp. André Luiz, cap 15, p. 143, ed. FEB)

                Disto segue-se o grande problema do suicida: os laços energéticos não são desatados, e sim rompidos, ficando o corpo impregnado de energia vital, bem como o perispírito, que sente as repercussões do cadáver (cada caso é um caso, alguns gêneros de suicídios - e não se refere a como a pessoa tirou sua vida, e sim o conjunto de fatores que a levou à decisão extrema - causam menos sofrimento ao espírito suicida que outros).

                Igualmente, aqueles que conduziram a existência terrena longe dos postulados evangélico-morais, vivendo para a saciedade dos sentidos e das relações humanas, gerando deste modo energias densas que do mesmo modo foram alojadas no duplo etérico, terão um desencarne problemático, ainda mais se não forem merecedoras de assistência espiritual. Poderão ter as energias densas do cadáver retiradas por outras entidades espirituais igualmente viciosas - e isto é sentido, ressoa no perispírito do desencarnado. E, por estar este perispírito revestido de energia densa, a "gravidade espiritual" se encarrega da alocação do espírito nos locais umbralinos correspondentes ao seu estágio.