domingo, 24 de junho de 2012

Propriedades do Perispírito (9) - CAPACIDADE REFLETORA


    Esta propriedade do corpo espiritual é admirável. Aproveite quem gosta de fingir enquanto está encarnado, pois o perispírito reflete contínua e instantâneamente os estados mentais. E, mesmo assim, o dissimulado fará seu teatro apenas aos encarnados, pois os espíritos vêem tudo o que seu perispírito reflete e, ainda mais, o que nele está arquivado: toda a memória das suas existências. O perispírito é um registro inapagável de nossos atos, pensamentos e sentimentos, consoante o ensinamento de Jesus que "não há um fio de cabelo que caia sem que Deus o saiba" - e que o perispírito e a memória universal registrem. Hermínio miranda, em "A Memória e o Tempo", discorre extensamente esta característica.

    André Luiz, em Libertação, elucida que o perispírito é suscetível de refletir, "em virtude dos tecidos rarefeitos de que se constitui", a "glória ou viciação"da mente. Por isso, a atividade mental "nos marca o perispírito, identificando nossa real posição evolutiva".

    O campo áurico, a energia imediatamente emanada pelo corpo, é marcado pelas colorações, formas e densidade das energias que geramos através de nossos pensamentos e sentimentos. A clarividente Barbara Ann Brenann, em seu livro "Mãos de Luz", ilustra o que observa no campo áurico das pessoas de acordo com seus sentimentos, seu estado de saúde, suas aspirações...


    Cabe destacar, ainda na capacidade refletora, as formas-pensamento. Enquanto pensamos, plasmamos as imagens no plano espiritual como uma holografia. Assim, por exemplo - e vamos nos utilizar de certa dose de humor para ilustrar - duas mulheres se encontram e dizem coisas como "olá querida, como você está ótima" ou "quanto tempo, que saudades", não seria raro um espírito observar em uma formar-se a imagem de uma bruxa voando e na outra ela vomitando, refletindo seus reais sentimentos, tratando-se, é claro, destas relações sociais de conveniência que não são alicerçadas no amor e na fraternidade.

Propriedades do Perispírito (8) - EXPANSIBILIDADE


    O perispírito pode expandir-se, aumentando o campo de percepção, em um grau que parte de um estágio inicial de desdobramento (desdobrar = dividir em duas - ou mais - partes, neste caso "descolar" o corpo espiritual do corpo físico, sem, no entanto, perder o contato com este, mantido até o desencarne por fios fluídicos perispirituais altamente maleáveis atados ao físico) até o desdobramento total.

    A expansão da sensibilidade é a base da maior parte das manifestações mediúnicas. Por exemplo, na clarividência e clariaudiência o médium vê e "ouve" o espírito através de seu perispírito. Outro exemplo são a psicofonia e a psicografia , possibilitada pela ligação perispírito a perispírito, onde o desencarnado pode se expressar através do corpo do médium ligando-se a ele não ao corpo, mas ao seu perispírito.

    Muito comum no processo de desdobramento a pessoa sentir-se inchando como um balão. Não raro isto é vivenciado no desdobramento natural pelo sono físico.

Propriedades do Perispírito (7) - TANGIBILIDADE E VISIBILIDADE


    O perispírito é completamente invisível aos olhos físicos.

    Mas é visível aos espíritos. Os menos adiantados percebem o corpo espiritual de seus semelhantes, porém só vêem os espíritos elevados se estes rebaixarem sua vibração com a intenção de se tornarem visíveis a estes.

    Através da mediunidade (vidência), o encarnado pode ver o perispírito do desencarnado. Enxerga-o através de sua alma, não através dos olhos físicos. Poucos são aqueles que tem as condições necessárias para distinguí-los perfeitamente, muitos tem percepção parcial (ex: rosto) ou "flashes" onde rapidamente vêem e perdem de vista o espírito. Caso o espírito se revista de energia ectoplasmática retirada do duplo etéreo de médiuns, torna-se visível ao olho humano, como esta foto em que o venerando Francisco C. Xavier aparece ao lado do espírito de nome Irmã Josefa, tendo como doador de energia o saudoso médium Peixotinho:

    O perispírito é perfeitamente tangível ao desencarnado, que o toca como fosse o corpo físico, pois ele estando na dimensão espiritual está em contato com a matéria,  ainda que para nós assaz rarefeita, porém é matéria tangível para quem vive nesse nível vibratório. Ao encarnado, pode tornar-se tangível nas mesmas condições descrita acima. Abaixo, vemos Irmã Josefa dando as mãos a Waldo Vieira e a um repórter que acompanhava a sessão de materialização:

sábado, 23 de junho de 2012

Propriedades do Perispírito (6) - PERENIDADE, MUTABILIDADE E UNICIDADE


    O perispírito é perene, isto é, não tem fim. É indestrutível, muito embora possa se degradar até a perda da forma humana (ver os "ovóides" descritos por André Luiz em "Libertação", por F.C. Xavier). A perenidade perispiritual é o maior tormento do suicida, que se vê mais vivo do que nunca após seu triste ato, e por mais que busque a aniquilação da consciência não consegue. Fomos criados pelo Pai com uma predestinação: a felicidade. A sabedoria divina defende o espírito doente do auto-extermínio, porque sabe que mais adiante o equilíbrio será recuperado.

    A mutabilidade do perispírito ocorre constantemente: quando reencarna, quando decai, quando se eleva, quando muda para outra "morada da casa do Pai"... Por exemplo, o espírito progride, sua densidade e peso diminuem, sua luminosidade aumenta, marcas perispirituais que trazia de experiências infelizes somem... Léon Denis esclarece perfeitamente a questão: " ... Esse corpo fluídico, porém, não é imutável; depura-se e enobrece-se com a alma; segue-a através das suas inúmeras reencarnações; com ela sobe os degraus da escala hierárquica, torna-se cada vez mais diáfano e brilhante para, em algum dia, resplandescer com essa luz radiante que falam as Bíblias (antigas) e os testemunhos da história a respeito de certas aparições."

    O perispírito é único, pois sendo a estrutura perispiritual o reflexo da alma, e a alma é única, pois é forjada no conjunto de experiências individuais adquiridas através das existências sucessivas. Como inexistem almas idênticas, inexistem perispíritos idênticos.

Propriedades do Perispírito (5) - PENETRABILIDADE

    
     Penetrabilidade perispiritual seria a capacidade do perispírito de atravessar a matéria do plano físico, embora seja ele constituído de matéria quintenssenciada.

    Para compreender facilmente a questão, vamos recorrer à química. Vejamos a ligação existente na pedra, exemplo do post anterior:



Podemos constatar que, embora a rocha nos pareça totalmente sólida, ela é, na verdade, porosa e cheia de espaços quando chegamos ao átomo. O átomo é composto pelo núcleo e os elétrons que orbitam ao seu redor, como a representação abaixo:
    A física quântica moderna nos demonstra o tamanho desse vazio. Supondo que o núcleo do átomo fosse uma bola de futebol, e se colocássemos essa bola no centro do estádio do Maracanã, os elétrons da camada mais próxima orbitariam em torno do núcleo "bola de futebol" por fora do estádio.
  

   Esta perspectiva nos revela que somos um imenso conjunto de vazios, com átomos unidos por cargas elétricas. Vejamos como muda a densidade molecular do sólido para o gasoso:
    Assim como a água penetra sólidos como tijolo e concreto, por exemplo, o perispírito, que é muito mais rarefeito que o gás, pode perfeitamente atravessar por entre os espaços moleculares atômicos da matéria densa.
   Talvez pareça que tenhamos nos estendido demais na explanação desta propriedade simples, porém, é importante que desapareça qualquer traço mágico ou místico no fato dos espíritos entrarem e saírem dos recintos sem dificuldades, de atravessarem tanto o lençol quanto o aço.

Propriedades do Perispírito (4) - LUMINOSIDADE


    Os espíritos esclarecem a Kardec ("O Céu e o Inferno, 2ª parte, cap. IV) o seguinte: "Por sua natureza, possui o Espírito uma propriedade luminosa que se desenvolve sob o influxo da atividade e das qualidades da alma. Poder-se-ia dizer que essas qualidades estão para o fluido perispiritual como o friccionamento para o fósforo. A intensidade da luz está na razão da pureza do Espírito: as menores imperfeições morais atenuam-na e enfraquecem-na. A luz irradiada por um Espírito será tanto mais viva, quanto maior o seu adiantamento. Assim, sendo o Espírito, de alguma sorte, o seu próprio farol, verá proporcionalmente à intensidade da luz que produz, do que resulta que os Espíritos que não a produzem acham-se na obscuridade."


    Porque o espírito, dependendo do seu grau de adiantamento, irradia luz? Vejamos as pedras. Não irradiam luz e são muito sólidas. Mas, quando as vemos sendo expelidas do vulcão, sob a forma do magma (rocha derretida), a pedra está incandescente, emanando luz, e está maleável, densamente liquefeita. É porque está repleta de energia na forma de calor. Na medida em que perde energia calorífica, pois que não tem condições nem de gerá-la ou mantê-la, perde a incandescência, cessando a emissão de luz, e com suas ligações moleculares mais estáveis, se solidifica.



    Traçando um paralelo entre a rocha e o espírito, podemos dizer que o espírito "pedra" é denso, pesado, produz muito pouca energia que não seja densa e, assim, não tem condições de incandescer. Por ser plenamente identificado com a matéria, com o ser humano, seus cinco sentidos e as relações pessoais, pouco capta da energia etérea, mas vibrante, pulsante, abundante, amorosa, viva, quepermeia o universo. A medida em que avança moralmente e olha mais para a alma que para o corpo, identifica-se com o espiritual, com o transcendental, assim SINTONIZANDO com essas correntes energéticas, que passa a ser condutor, tornando-se, no nosso exemplo, um espírito "magma". Por essa fonte superior de energia ser inesgotável, incessantemente a capta e sua alma a emana, incandescendo; é como se a pedra readquirisse a energia que possuía quando estava no vulcão.


    Sri Sathya Sai Baba, um avatar (mestre) indiano desencarnado em 2011, ao responder a pergunta de como alguém poderia se tornar elevado como ele, respondeu com simplicidade: "Sabe quem é Baba? Baba é amor, é amor, é amor. Somos todos iguais, como uma lâmpada, mas Baba já construiu uma resistência de 150 watts e ilumina mais do que a irmã, que está pelos 25 watts."



    Em suma, quanto mais elevado o espírito, mais moralizado, mais amoroso; Deus é amor; o espírito, elevando-se em direção ao criador, capta as energias provenientes das altas esferas espirituais, e como uma lâmpada ilumina quando energizada, ele torna-se, como dito a Kardec, "seu próprio farol", iluminando-se e a iluminar.