"Atermo-nos somente à literatura espírita será exclusivismo que limitará a nossa ação em favor da própria doutrina que defendemos." (Yvonne Amaral Pereira)
Escutar dna. Yvonne Pereira, contemporânea e amiga de Chico Xavier, é ter a certeza do bom-senso e da inspiração pela espiritualidade superior, resultado de sua vivência moral-cristã e dedicação integral à mediunidade com Jesus.
Questionada pelo entrevistador sobre sua opinião a respeito da grande multiplicação dos livros espíritas (já naquela época, em 1978, imagine hoje!) e quais livros devem merecer especial atenção dos espíritas, responde, com muita propriedade:
"O movimento quantitativo já pôs em risco a pureza doutrinária do espiritismo. Vendem-se, com efeito, muitos livros, mas os conhecimentos doutrinários continuam diminutos. A grande massa dos espíritas desconhecem os princípios do espiritismo. Lê os livros, é verdade, mas confessa que nada entende, principalmente os de base, de Allan Kardec, por muitos considerados ultrapassados. Léon Denís, Gabriel Dellane, Ernesto Bozzano e outros iluminares do espiritismo, de primeira categoria, seguidores de Allan Kardec, são desconhecidos. Existe fanática predileção pela obra mediúnica, a qual, se é autêntica, representa um excelente subsídio para as obras fundamentais. Infelizmente, nem sempre assim é (...). Recebo cartas do país inteiro, pedindo instruções e conselhos para tudo (...), sinal de que, realmente, não entendem o que lêem. O espírita, em grande parte, não aprendeu a viver com a doutrina; vive perguntando, a este ou aquele como é isto ou aquilo. As idéias pessoais infiltradas na doutrina é o mal que deve ser evitado pelo adepto sincero.
(quanto aos assuntos que poderiam ser estudados, com proveito, pelos espíritas)
"As escrituras cristãs são indispensáveis à cultura de um espírita. O Dr. Bezerra de Menezes aconselha, constantemente, ser indispensável aos espíritas a leitura da história do cristianismo. Eu mesma tenho observado, às vezes, pessoas falando em público trechos do Evangelho que não estão certos. É preciso conhecê-lo e estudá-lo o mais possível. Ou nós aceitamos o Evangelho ou não. Há espíritas que, de fato, não se dedicam muito ao estudo do Evangelho. O espiritismo, portanto, é cultura geral, é nobreza intelectual e moral, é ciência transcendente. Por isso, creio que devemos conhecer, tanto quanto seja possível, tudo quanto possa nos elevar o coração, a mente e o conhecimento.
O espírita precisa, ainda, conhecer um pouco de história, a fim de poder dar expansão às inspirações que descerão do invisível, ajudando nos trabalhos a realizar para divulgação da sua crença, pois em todas as civilizações deste mundo existiram o rastro da comunicação dos espíritos e princípios divinos.
Mas não podemos olvidar que tudo isso deve ser acompanhado da humildade de coração, da simplicidade do comportamento, sem pretensões a títulos acadêmicos, geradores do orgulho. Existem espíritas incultos que compreendem as coisas de Deus e a doutrina dos espíritos, inclusive, que nos superam em sensatez e capacidade, e há muitos que, embora cultos, se deixam levar pelo orgulho e a vaidade de se suporem superiores.
Há ocasiões em que meus guias recomendam ler obras profanas de todos os tipos, desde que esclareçam e edifiquem a mente. Atermo-nos somente à literatura espírita será exclusivismo que limitará a nossa ação em favor da própria doutrina que defendemos.
(Extraído do livro "Pelos Caminhos da Mediunidade Serena Entrevistas e Textos", Yvonne Amaral Pereira, Ed. 3 de Outubro, p. 90-93.)
Além de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", o espírita também deve conhecer os Evangelhos do Novo Testamento, não apenas os fragmentos comentados no ESE. Eu já ví, por exemplo, atribuírem uma frase a Jesus que na verdade estava nos Atos dos Apóstolos, e era de Pedro. O Atos e as epístolas de Paulo também nos servem de embasamento, tanto moral, quanto intelectual, quanto histórico.
Quantos espíritas não leram "O Livro dos Espíritos", pedra angular para TODOS os livros espíritas verdadeiros (sim, muitas publicações são fraudes, do escritor ou do espírito - ou suposto espírito, dado que qualquer um pode publicar uma estória e dizer que é psicografia do espírito fulano, quem vai provar o contrário, senão pela análise do conteúdo?)!!! Quem não leu o L.E. é semelhante a um advogado que não leu o código penal, apenas estudou os casos de julgamentos: terá enorme dificuldade de conduzir processo próprio, pois não conhece os princípios que regem o direito. O espírita que não estudou o Livro dos Espíritos não terá capacidade própria de julgamento doutrinário, visto que desconhece os princípios que regem a doutrina.
Tenhamos em mente onde queremos chegar. Queremos ficar eternamente emocionados com romances espíritas? Ou queremos conhecer, estudar a FERRAMENTA Espiritismo, que poderemos utilizar para nossa elevação moral, consoante o próprio objetivo do espiritismo?
Se queres uma dica de romance, leia "Tormentos da Obsessão", de Divaldo P. Franco. Ele mostra como os espíritas estão desencarnando mal, por intelectuarizarem a doutrina e não agirem de acordo com seus princípios morais. Falando no querido Divaldo, este blog tem um artigo que trata do mesmo assunto, a "Opinião de Divaldo sobre a enxurrada de livros espíritas no mercado". Vale a pena ler.
Não só leia, estude a leitura, retenha. Não só estude a leitura, também faça conexões com aquilo que você aprendeu, a fim de eliminar os conceitos errôneos. E não esqueça: temos mais a DESAPRENDER do que aprender, espíritos milenares que somos, trazendo na bagagem inconsciente muitos conceitos de pensar e agir que não são mais válidos para nós. Eis o grande objetivo da tão falada "reforma interior", que nos conduzirá às moradas felizes na Casa do Pai.
Material dedicado à Escola de Educação da Mediunidade - Fluidoterapia (Chakras coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, plexo solar, gástrico e básico), perispírito e corpos espirituais, e ainda artigos pertinentes ao trabalhador espírita.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
domingo, 6 de janeiro de 2013
PARE, OLHE, ESCUTE
Na obra O Espiritismo na sua mais simples
expressão, Allan Kardec afirma:
"O objetivo essencial do Espiritismo é
melhorar os homens, no que concerne ao seu progresso moral e intelectual."
Nesse sentido, cita em O Evangelho Segundo o Espiritismo:
"Reconhece-se
o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega
para domar suas inclinações más."
Por isso, convidamos a fazer o que a placa sugere:
Parar, Olhar, Escutar. Estaremos utilizando o espiritismo para nossa transformação moral ou simplesmente estamos intelectualizando-o? Sabemos que direção seguir? Somos conscientes dos nossos
objetivos espirituais, aqueles que a ferrugem não destrói, nem as traças
corrompem? Porque vemos muitos espíritas buscando e buscando
conhecimento - e isto é louvável, sem dúvida, principalmente por parte dos trabalhadores das instituições espíritas -, porém retendo este conhecimento mais a nível
intelectual, não os convertendo em sentimentos, condutas morais e atitudes. Nesse sentido, Kardec comenta:
"O saber nos eleva na hierarquia espírita, mas não contribui em nada para o restabelecimento da ordem perturbada pelo mau. O saber nada expia, nada resgata, em nada influi sobre a justiça de Deus: a caridade, ao contrário, expia e apazigua. O saber é uma qualidade, a caridade é uma virtude." (Revista Espírita, agosto de1860)
Ou seja, de nada adianta o saber sem pô-lo em prática. O mestre de Lyon apontou este tipo de
comportamento, quando definiu os tipos de espíritas:
"(...) Vêm em seguida aqueles que aceitam a idéia, como filosofia, porque ela satisfaz sua razão, mas cuja fibra moral não é suficientemente tocada para compreender as obrigações que a Doutrina impõe àqueles que a assimilam. O homem velho está sempre aí, e a reforma de si mesmo lhe parece uma tarefa muito pesada; mas como eles não estão menos firmemente convencidos, e se encontram entre eles propagadores e defensores zelosos (do espiritismo)." (Revista Espírita, julho de 1866)
Sendo mais fácil mudar o exterior que o interior,
muitos de nós intelectualizamos as instruções espirituais - que nos emocionam, nos fascinam - porém não transformando as máximas do espiritismo em as máximas da nossa
alma. Assim, o "homem velho" permanece em nós. Muitos dizem "é dificil ser espírita praticante, eu não consigo", referindo-se que não consegue êxito na reforma íntima, mas... existiria espírita não praticante, dado que o objetivo do espiritismo é a introjeção da moral filosófica no nosso modo de pensar, sentir e agir, para evoluirmos moralmente? Talvez a estes poderíamos dizer que são apenas leitores do espiritismo. E muitos
trabalhadores espíritas damos toda atenção à disciplina, pontualidade, fidelidade
doutrinária, qualidade nos trabalhos - tudo correto, mas exterior. É zelo, conforme
afirmou Kardec. Temos amor pelo trabalho e pela doutrina, mas aquele empenho em "ser hoje melhor do que ontem, e amanhã melhor do que hoje", movido a base de força de vontade e perseverança, não logramos conquistar...
As vezes, penso que haveriam somente dois livros
espíritas que precisaríamos ler: O Evangelho Segundo o Espiritismo, que se
deixássemos nossos corações se enternecer
com suas elucidações em torno da moral pregada por Jesus. O outro seria
O Livro dos Espíritos, para dar apoio intelectual à fé, de acordo com a
definição que o espiritismo possui uma fé raciocinada, ou seja, apoiada na
razão. Lembro de Ghandi declarando que, se os cristãos seguissem o que está contido na página que contém os dez mandamentos, não precisariam ler o resto da bíblia.
No capítulo XV
do Evangelho Segundo o espiritismo, Kardec faz uma síntese dos comportamentos
que Jesus nos ensinou para que atingíssemos a felicidade:
"Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura."
"Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura."
Assim, Paremos, Olhemos e Escutemos nosso
coração: O quanto do exposto acima já conseguimos? Sabemos quais aspectos nossa alma é mais deficitária, para priorizarmos esforços? E, principalmente, estamos empenhando para conseguir? Será que estamos sendo o espírita intelectual ou o espírita que utiliza o espiritismo para se melhorar e ascender evolutivamente? De acordo com a resposta, poderemos seguir adiante nossos estudos, alimentando nossa fé raciocinada, na certeza que eles renderão belos frutos espirituais. Ou então, necessitaremos parar, olhar, escutar, a fim de redefinir nosso caminho para a construção da iluminação interior.
Também Paulo nos convida à ação, ao cultivo e a aplicação das virtudes:
"Levando-a por guia (a caridade), nunca o homem se
transviará.(...) Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que
pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma
virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade;
para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a
despreocupação."
PAULO,
apóstolo
Por
fim, a palavra de Emmanuel:
"Lembrando o Codificador
da Doutrina Espírita é imperioso estejamos alerta em nossos deveres
fundamentais. Convençamos-nos de que é necessário:
|
Sentir Kardec;
Estudar Kardec; Anotar Kardec; Meditar Kardec; Analisar Kardec; Comentar Kardec; Interpretar Kardec; Cultivar Kardec; Ensinar Kardec e Divulgar Kardec. |
Que é
preciso cristianizar a humanidade é afirmação que não padece dúvida;
entretanto, cristianizar, na Doutrina Espírita, é raciocinar com a verdade e
construir com o bem de todos, para que, em nome de Jesus, não venhamos a
fazer sobre a Terra mais um sistema de fanatismo e de negação.
|
EMMANUEL
|
Página recebida pelo médium Francisco Cândido
Xavier
"Reformador", março de 1961, FEB.
|
sábado, 5 de janeiro de 2013
LEI DA AÇÃO E REAÇÃO ( KARMA )
"Karma" é um termo sânscrito
(Karmam) que significa "ação". O Espiritismo, acompanhando a ciência,
adotou o termo "Lei da Ação e Reação", dado que a física estabalece
que para cada ação existe uma reação. Existe muito pouco material mediúnico
sobre este tema, provavelmente porque os Hinduístas, há mais de 1500 anos a.C.
já o conheciam em profundidade, como posteriormente outras religiões orientais
reencarnacionistas. Adotarei o termo karma
neste texto porque é mais prático que escrever lei da ação e reação.
A palavra karma tem sido utilizada,
muito frequentemente, para designar as situações de sofrimento e dor das
pessoas, como se significasse castigo. Porém, é uma expressão neutra, pois
"ação" pode ser tanto positiva como negativa. Deste modo, existem o
karma bom e o karma ruim em todos nós, sendo o bom oriundo de nossas boas
atitudes e o ruim das atitudes prejudiciais.
Com
relação ao sentido de castigo que muitas pessoas atribuem, é um grande equívoco.
O carma tem caráter regenerador,
nunca punitivo. Deus não pune, ele educa, é a própria criatura que colhe o
fruto de suas semeaduras pretéritas. Por isso existe o karma latente, abaixo
designado, que irá ser ativado quando o ser tiver condições de compreender a
lição. E caso fracasse, a lição é repetida novamente, quantas vezes forem
necessárias, na vida atual ou futura(s). E, ainda, podemos modificar o karma
negativo por boas atitudes, pois "o amor cobre uma multidão de
pecados", ensina o apóstolo Pedro, em sua primeira epístola
(I Pedro, 4:8).
No caso do karma negativo, todo ato,
pensamento ou palavra de baixa qualidade fica impresso na alma e no
perispírito, criando uma massa composta de fluidos extremamente negativos. O
peso dessa massa deve ser expurgado através do corpo físico, passando o homem
por sofrimentos da mesma intensidade, ou até da mesma qualidade , que impôs a
si ou ao seu semelhante. Podemos dizer também que o karma é um acúmulo de elos energéticos
entre espíritos, elos que foram criados através de sucessivas reencarnações e
que necessitam ser sublimados pelo amor .
A
dor, física ou espiritual, é sempre um processo de purificação pelo qual se
realiza a eliminação necessária ao espírito que se contaminou. Não é, porém, como
já dissemos, o único modo de depuração; a mudança de atitudes mentais e ações
positivas atuam sobre o caráter mutável do carma, abrandando ou até mesmo
extinguindo efeitos de ações negativas, dependendo da intensidade.
Abaixo,
os tipos de carma:
•
karma latente - correspondente ao karma acumulado em nossas vidas
passadas e ainda não processado, isto é, ainda não está sendo resgatado. O ser
ainda não reuniu as condições necessárias para a compreensão da lição; ficará em
estado latente até que estas surjam. Quem decide quando será ativado são
entidades de elevada hierarquia espiritual, que elaboram as reencarnações.
•
karma presente - correspondente ao karma que está sendo processado, ou
seja, gerado em vidas passadas e que estamos resgatando atualmente nesta
encarnação. A criatura já tem condições de compreender e superar a lição na
vida presente, e a situação cármica é ativada.
•
karma imediato - correspondente ao karma gerado e processado na vida
atual, é aquele onde o intervalo de tempo entre a causa e o efeito se dá na
mesma encarnação, ou seja é gerado e resgatado numa mesma vida.
•
karma futuro - correspondente ao karma gerado na vida atual mas que vai ser
resgatado numa vida futura. Colheremos os méritos e resgataremos nossos
deméritos. Cabe aqui ressaltar um conceito budista, a roda do samsara, que é o ciclo de ação, reação, nascimento, morte e
renascimento de modo contínuo, que
prevalecerá existindo enquanto não cessarem nossas ações ruins. O budista tem
como objetivo parar esse ciclo de reencarnações. nesse sentido, recordamos
Kardec professando o lema "fora da caridade não há salvação".
•
karma acidental - menos conhecido, segundo os hindus seria aquele evento que não
estava programado na reencarnação, mas como estamos sempre criando novas
situações, pode ocorrer uma grave que mude o curso da encarnação, mas que é
permitido acontecer porque está em nosso contexto kármico.
•
pessoal: com que tipo de corpo reencarnaremos, em que lugar, com que pessoas,
os eventos que serão desencadeados durante a existência, etc...
•
coletivo: familiar (compartilhado entre os membros da família), racial
(compartilhado pelos componentes de uma raça) e regional (pode ser uma cidade,
uma região, ou um estado ou uma Nação). Temos observado ultimamente muitos
carmas coletivos ultimamente, onde necessidades karmicas similares reúnem
determinado número de pessoas num mesmo evento (podemos rapidamente citar: os
tsunamis das ilhas Fiji, do chile e do japão; terremotos no Haiti, China e
Chile, quedas de aviões, passagens de tempestades como em New Orleans e
recentemente em New York, enchentes, inundações, nascer em países paupérrimos,
em guerra ou governados por tiranos, dentre outros).
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
O DUPLO ETÉRICO
Ainda segundo Zimmermann, o
corpo físico organiza-se tendo como fonte modeladora o perispírito, cujas
linhas de força servem, depois, à sua sustentação. Desde os primeiros instantes
da fecundação do óvulo, o perispírito do reencarnante passa a servir de suporte
ao embrião, que se desenvolve graças, em grande parte, aos recursos oriundos do
estoque de energia vital da mãe.
À
medida que se desenvolve e se aprimora fisiologicamente, o corpo em formação,
sob o impulso automático do perispírito do reencarnante, quantidades de energia
vital (ou princípio vital, resultado da ação do perispírito sobre os elementos
físicos) não apenas são canalizadas para a contrução do novo organismo, como
são aglutinadas em outra estrutura que servirá de verdadeiro reservatório de
vitalidade, necessário, durante a vida física, à reposição de energias gastas ou
perdidas. Este reservatório é chamado duplo
etérico, pois parece mais uma
duplicação do corpo físico do que do perispírito (os Hindus o designavam prânamâyakosha, veículo do prana
(energia vital). Seria o segundo corpo, precedido do físico e antecedendo o
corpo espiritual (ou pissicossoma, ou corpo astral, ou perispírito).Corpo físico, duplo etérico e perispírio interpenetran-se numa dinâmica contínua. É através do duplo etérico que os centros de força do perispírito (chakras) distribuem a cada célula física a energia necessária à sua sustentação. Daí a importância fundamental do duplo etérico na conservação da vida orgânica. Distribuindo as energias vitalizantes pelo corpo físico, ele cuida para que as funções vitais permaneçam equilibradas e o organismo conserve seu equilíbrio harmônico.
Tudo
indica que a carga de energia vital contida no duplo etérico condiciona,
basicamente, a maior ou menor longevidade do ser humano, ainda que não possam
deixar de ser considerados fatores como hereditariedade, hábitos alimentares e
outros que possam vir a compor o esquema cármico de cada reencarnação.
Médiuns
curadores e de efeitos físicos particularmente ostensivos já trazem em seu
duplo etérico maior reserva de energia.
No
desencarne, com o desligamento do
perispírito, grande parte da energia vital contida no corpo etérico ainda
permanece no cadáver, libertando-se pouco a puco, em velocidade de acordo não
com a desintegração das células físicas, mas da evolução do ser. Maior ou menor
quantidade desta energia permanece no próprio perispírito, igualmente de acordo
com o estágio evolutivo do desencarnante.
Os
benfeitores espirituais dispersam estas energias do féretro, nos desencarnes
assistidos, para que não sejam "vampirizadas" por espíritos de baixa
evolução. André Luiz presenciou esta operação:
"Logo
após, ante meus olhos atônitos, Jerônimo inclinou- se piedosamente sobre o cadáver,
no ataúde momentaneamente aberto antes da inumação, e, através de passes magnéticos
longitudinais, extraiu todos os resíduos de vitalidade, dispersando-os, em
seguida, na atmosfera comum, através de processo indescritível na linguagem
humana por inexistência de comparação analógica, para que inescrupulosas
entidades inferiores não se apropriassem deles."
("Obreiros da Vida Eterna", F. C. Xavier, esp. André Luiz, cap 15, p. 143,
ed. FEB)
Disto segue-se o grande problema do suicida: os laços energéticos não são desatados, e sim rompidos, ficando o corpo impregnado de energia vital, bem como o perispírito, que sente as repercussões do cadáver (cada caso é um caso, alguns gêneros de suicídios - e não se refere a como a pessoa tirou sua vida, e sim o conjunto de fatores que a levou à decisão extrema - causam menos sofrimento ao espírito suicida que outros).
Igualmente,
aqueles que conduziram a existência terrena longe dos postulados evangélico-morais,
vivendo para a saciedade dos sentidos e das relações humanas, gerando deste
modo energias densas que do mesmo modo foram alojadas no duplo etérico, terão
um desencarne problemático, ainda mais se não forem merecedoras de assistência
espiritual. Poderão ter as energias densas do cadáver retiradas por outras
entidades espirituais igualmente viciosas - e isto é sentido, ressoa no
perispírito do desencarnado. E, por estar este perispírito revestido de energia
densa, a "gravidade espiritual" se encarrega da alocação do espírito nos
locais umbralinos correspondentes ao seu estágio.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Propriedades do Perispírito - (12) - BICORPOREIDADE, ODOR, TEMPERATURA
Bicorporeidade é um termo criado por Kardec da notável propriedade do perispírito desdobrar-se (desdobrar = fazer em dois), no fenômeno de duplicação corpórea e bilocação. Fenômeno complexo e ainda de difícil compreensão, pode o perispírito, com essa propriedade, apresentar-se em outro local, de forma igual ao físico, fluídico, com maior ou menor densidade, suscetível de ser visto e até tocado, como ocorreu com Antônio de Pádua.
Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália, quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua.
Na bicorporiedade, enfim, o perispírito não se divide, e sim se desdobra, como o sol desdobra seus raios pelos recantos da terra, sem que precise se dividir em mil pedaços para brilhar.
Por fim, o perispírito emite ODOR e possui TEMPERATURA. Odores agradáveis são registrados pelos sensitivos na presença de bons espíritos, que igualmente relatam odores pútridos dos espíritos portadores de miasmas pestilentos. Quanto à temperatura, na atividade mediúnica é detectado frio pelo médium no contacto de entidades endurecidas e sofredoras, e calor nos de espírito elevado. Porém, se cada perispírito possui uma temperatura, isto não passa ainda de uma hipótese a ser estudada, porquanto possuímos apenas relatos mediúnicos e alguns testes com aparelhos feitos por pesquisadores.
Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália, quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua.
Na bicorporiedade, enfim, o perispírito não se divide, e sim se desdobra, como o sol desdobra seus raios pelos recantos da terra, sem que precise se dividir em mil pedaços para brilhar.
Por fim, o perispírito emite ODOR e possui TEMPERATURA. Odores agradáveis são registrados pelos sensitivos na presença de bons espíritos, que igualmente relatam odores pútridos dos espíritos portadores de miasmas pestilentos. Quanto à temperatura, na atividade mediúnica é detectado frio pelo médium no contacto de entidades endurecidas e sofredoras, e calor nos de espírito elevado. Porém, se cada perispírito possui uma temperatura, isto não passa ainda de uma hipótese a ser estudada, porquanto possuímos apenas relatos mediúnicos e alguns testes com aparelhos feitos por pesquisadores.
Propriedades do Perispírito (11) - SENSIBILIDADE MAGNÉTICA
O perispírito possui um campo de força que sustenta sua esturutura "semimaterial", sendo, assim, sensível à ação magnética.
André Luiz esclarece que "...a mente é dínamo gerador de força..." (Ação e Reação, p. 34). A aura, ou psicosfera, ou fotosfera humana (termo empregado por Léon Denis), é um campo de força resultante de emanações de natureza eletromagnética, ao envolver todo o ser humano, encarnado ou desencarnado.
Devido á sensibilidade magnética, torna o espírito suscetível às influências da energia do ambiente que o envolve. Esta propriedade lhe permite perceber, absorver, assimilar - e também transmitir - energia espiritual que capta ou recebe. Um exemplo positivo é o passe - o espírito conjuga suas energias com a do médium que transmite ao paciente, que as assimila. Outro é a prece, que resulta num influxo de energias espirituais de Mais Alto, a ser envolvida e absorvida pelo campo energético de quem ora. Um exemplo negativo é a náusea, palpitação, arrepios sentidos por ocasião da aproximação de entidades espirituais em perturbação, que emitem sua energia magnética deletéria. Podem, inclusive, absorver o campo energético de quem se aproximam, num processo mais conhecido como vampirismo.
Resumindo, somos, em maior ou menor grau, capazes de sentir e assimilar a energia de locais ou pessoas (encarnadas ou não).
André Luiz esclarece que "...a mente é dínamo gerador de força..." (Ação e Reação, p. 34). A aura, ou psicosfera, ou fotosfera humana (termo empregado por Léon Denis), é um campo de força resultante de emanações de natureza eletromagnética, ao envolver todo o ser humano, encarnado ou desencarnado.
Devido á sensibilidade magnética, torna o espírito suscetível às influências da energia do ambiente que o envolve. Esta propriedade lhe permite perceber, absorver, assimilar - e também transmitir - energia espiritual que capta ou recebe. Um exemplo positivo é o passe - o espírito conjuga suas energias com a do médium que transmite ao paciente, que as assimila. Outro é a prece, que resulta num influxo de energias espirituais de Mais Alto, a ser envolvida e absorvida pelo campo energético de quem ora. Um exemplo negativo é a náusea, palpitação, arrepios sentidos por ocasião da aproximação de entidades espirituais em perturbação, que emitem sua energia magnética deletéria. Podem, inclusive, absorver o campo energético de quem se aproximam, num processo mais conhecido como vampirismo.
Resumindo, somos, em maior ou menor grau, capazes de sentir e assimilar a energia de locais ou pessoas (encarnadas ou não).
Nosso campo magnético (áurico)
Propriedades do Perispírito (10) - SENSIBILIDADE GLOBAL
Quando encarnado, o espírito necessita dos órgaos dos sentidos do corpo para poder obter a percepção do meio. Olhos para ver, ouvidos para ouvir, língua para o paladar, principalmente os dedos para o tato e nariz para sentir os odores.
Sem o corpo, o perispírito tem sensibilidade global, ou seja, a transposição dos sentidos que necessitamos fazer em cinco etapas, ele o faz em uma vez.
Exemplo: um copo com um líquido em cima de uma mesa. Para saber a cor do líquido, necessitamos enxergar; para ver que cheiro tem aproximamos o nariz; para ver se é pesado precisamos levantar o copo, se o líquido é viscoso ou não mexemos com o dedo, para detectarmos a temperatura encostamos na pele e, por fim, para saber que sabor tem, o levamos à boca.
Com o espírito, esta transposição de sentidos se dá de uma vez só: voltando sua atenção ao copo, percebe de uma vez cheiro, gosto, viscosidade, sabor, temperatura, cor, peso. Isto porque o perispírito não tem a sede dos sentidos em locais específicos - muito embora seja o corpo físico cópia do perispírito - ele, por assim dizer, sente com todo seu ser, com o corpo espiritual inteiro.
Além do mais, os sentidos se apuram muito em relação ao encarnado, que tem a limitação dos órgãos. Vê coisas microscópicas como a longa distância, pecebe luzes, cores, sons, odores que seriam imperceptíveis ao ser humano, que tem uma determidada escala de vibrações que os órgaos registram.
Por fim, cabe registrar que, como o pensamento é a linguagem do espírito, não precisa ouvir palavras ou avaliar gestos para saber o que outro espírito, encarnado ou não, pensa ou sente. Com sua sensibilidade global, ele ausculta a alma, e dependendo da sua elevação e prática, pode ter acesso aos menores escaninhos da alma. Mentira, só de encarnado para encarnado. Para os espíritos, estamos nus. Não adianta entrar com aquela cara de santo sofredor na casa espírita, ou na igreja, porque os espíritos nos vêem como somos.
Sem o corpo, o perispírito tem sensibilidade global, ou seja, a transposição dos sentidos que necessitamos fazer em cinco etapas, ele o faz em uma vez.
Exemplo: um copo com um líquido em cima de uma mesa. Para saber a cor do líquido, necessitamos enxergar; para ver que cheiro tem aproximamos o nariz; para ver se é pesado precisamos levantar o copo, se o líquido é viscoso ou não mexemos com o dedo, para detectarmos a temperatura encostamos na pele e, por fim, para saber que sabor tem, o levamos à boca.
Com o espírito, esta transposição de sentidos se dá de uma vez só: voltando sua atenção ao copo, percebe de uma vez cheiro, gosto, viscosidade, sabor, temperatura, cor, peso. Isto porque o perispírito não tem a sede dos sentidos em locais específicos - muito embora seja o corpo físico cópia do perispírito - ele, por assim dizer, sente com todo seu ser, com o corpo espiritual inteiro.
Além do mais, os sentidos se apuram muito em relação ao encarnado, que tem a limitação dos órgãos. Vê coisas microscópicas como a longa distância, pecebe luzes, cores, sons, odores que seriam imperceptíveis ao ser humano, que tem uma determidada escala de vibrações que os órgaos registram.
Por fim, cabe registrar que, como o pensamento é a linguagem do espírito, não precisa ouvir palavras ou avaliar gestos para saber o que outro espírito, encarnado ou não, pensa ou sente. Com sua sensibilidade global, ele ausculta a alma, e dependendo da sua elevação e prática, pode ter acesso aos menores escaninhos da alma. Mentira, só de encarnado para encarnado. Para os espíritos, estamos nus. Não adianta entrar com aquela cara de santo sofredor na casa espírita, ou na igreja, porque os espíritos nos vêem como somos.
domingo, 24 de junho de 2012
Propriedades do Perispírito (9) - CAPACIDADE REFLETORA
Esta propriedade do corpo espiritual é
admirável. Aproveite quem gosta de fingir enquanto está encarnado, pois o
perispírito reflete contínua e instantâneamente os estados
mentais. E, mesmo assim, o dissimulado fará seu teatro apenas aos encarnados,
pois os espíritos vêem tudo o que seu perispírito reflete e, ainda mais, o que
nele está arquivado: toda a memória das suas existências. O perispírito é um
registro inapagável de nossos atos, pensamentos e sentimentos, consoante o
ensinamento de Jesus que "não há um fio de cabelo que caia sem que Deus o saiba"
- e que o perispírito e a memória universal registrem. Hermínio miranda, em
"A Memória e o Tempo", discorre extensamente esta característica.
André Luiz, em Libertação, elucida que o
perispírito é suscetível de refletir, "em
virtude dos tecidos rarefeitos de que se constitui", a "glória ou viciação"da mente.
Por isso, a atividade mental "nos
marca o perispírito, identificando nossa real posição evolutiva".
O campo áurico, a energia imediatamente
emanada pelo corpo, é marcado pelas colorações, formas e densidade das energias
que geramos através de nossos pensamentos e sentimentos. A clarividente Barbara
Ann Brenann, em seu livro "Mãos de Luz", ilustra o que observa no
campo áurico das pessoas de acordo com seus sentimentos, seu estado de saúde,
suas aspirações...
Propriedades do Perispírito (8) - EXPANSIBILIDADE
O perispírito pode expandir-se, aumentando
o campo de percepção, em um grau que parte de um estágio inicial de
desdobramento (desdobrar = dividir em duas - ou mais - partes, neste caso
"descolar" o corpo espiritual do corpo físico, sem, no entanto, perder
o contato com este, mantido até o desencarne por fios fluídicos perispirituais altamente
maleáveis atados ao físico) até o desdobramento total.
A expansão da sensibilidade é a base da
maior parte das manifestações mediúnicas. Por exemplo, na clarividência e
clariaudiência o médium vê e "ouve" o espírito através de seu
perispírito. Outro exemplo são a psicofonia e a psicografia , possibilitada pela ligação
perispírito a perispírito, onde o desencarnado pode se expressar através do
corpo do médium ligando-se a ele não ao corpo, mas ao seu perispírito.
Muito comum no processo de desdobramento a
pessoa sentir-se inchando como um balão. Não raro isto é vivenciado no
desdobramento natural pelo sono físico.
Propriedades do Perispírito (7) - TANGIBILIDADE E VISIBILIDADE
O perispírito é completamente invisível aos
olhos físicos.
Mas é visível aos espíritos. Os menos
adiantados percebem o corpo espiritual de seus semelhantes, porém só vêem os
espíritos elevados se estes rebaixarem sua vibração com a intenção de se tornarem
visíveis a estes.
Através da mediunidade (vidência), o
encarnado pode ver o perispírito do desencarnado. Enxerga-o através de sua
alma, não através dos olhos físicos. Poucos são aqueles que tem as condições
necessárias para distinguí-los perfeitamente, muitos tem percepção parcial (ex:
rosto) ou "flashes" onde rapidamente vêem e perdem de vista o
espírito. Caso o espírito se revista de energia ectoplasmática retirada do
duplo etéreo de médiuns, torna-se visível ao olho humano, como esta foto em que
o venerando Francisco C. Xavier aparece ao lado do espírito de nome Irmã Josefa,
tendo como doador de energia o saudoso médium Peixotinho:
O perispírito é perfeitamente tangível ao
desencarnado, que o toca como fosse o corpo físico, pois ele estando na
dimensão espiritual está em contato com a matéria, ainda que para nós assaz rarefeita, porém é
matéria tangível para quem vive nesse nível vibratório. Ao encarnado, pode
tornar-se tangível nas mesmas condições descrita acima. Abaixo, vemos Irmã
Josefa dando as mãos a Waldo Vieira e a um repórter que acompanhava a sessão de
materialização:
sábado, 23 de junho de 2012
Propriedades do Perispírito (6) - PERENIDADE, MUTABILIDADE E UNICIDADE
O
perispírito é perene, isto é, não tem fim. É indestrutível, muito embora
possa se degradar até a perda da forma humana (ver os "ovóides"
descritos por André Luiz em "Libertação", por F.C. Xavier). A
perenidade perispiritual é o maior tormento do suicida, que se vê mais vivo do
que nunca após seu triste ato, e por mais que busque a aniquilação da
consciência não consegue. Fomos criados pelo Pai com uma predestinação: a
felicidade. A sabedoria divina defende o espírito doente do auto-extermínio,
porque sabe que mais adiante o equilíbrio será recuperado.
A mutabilidade
do perispírito ocorre constantemente: quando reencarna, quando decai, quando se
eleva, quando muda para outra "morada da casa do Pai"... Por exemplo,
o espírito progride, sua densidade e peso diminuem, sua luminosidade aumenta,
marcas perispirituais que trazia de experiências infelizes somem... Léon Denis esclarece perfeitamente a questão: " ... Esse corpo fluídico, porém, não é imutável; depura-se e enobrece-se com a alma; segue-a através das suas inúmeras reencarnações; com ela sobe os degraus da escala hierárquica, torna-se cada vez mais diáfano e brilhante para, em algum dia, resplandescer com essa luz radiante que falam as Bíblias (antigas) e os testemunhos da história a respeito de certas aparições."
O
perispírito é único, pois sendo a estrutura perispiritual o reflexo da
alma, e a alma é única, pois é forjada no conjunto de experiências individuais
adquiridas através das existências sucessivas. Como inexistem almas idênticas,
inexistem perispíritos idênticos.
Propriedades do Perispírito (5) - PENETRABILIDADE
Penetrabilidade
perispiritual seria a capacidade do perispírito de atravessar a matéria do
plano físico, embora seja ele constituído de matéria quintenssenciada.
Para compreender facilmente a questão,
vamos recorrer à química. Vejamos a ligação existente na pedra, exemplo do post
anterior:
Podemos
constatar que, embora a rocha nos pareça totalmente sólida, ela é, na verdade,
porosa e cheia de espaços quando chegamos ao átomo. O átomo é composto pelo
núcleo e os elétrons que orbitam ao seu redor, como a representação abaixo:
Esta
perspectiva nos revela que somos um imenso conjunto de vazios, com átomos
unidos por cargas elétricas. Vejamos como muda a densidade molecular do sólido
para o gasoso:
Assim como a água penetra sólidos como
tijolo e concreto, por exemplo, o perispírito, que é muito mais rarefeito que o
gás, pode perfeitamente atravessar por entre os espaços moleculares atômicos da
matéria densa.
Talvez pareça que tenhamos nos estendido
demais na explanação desta propriedade simples, porém, é importante que
desapareça qualquer traço mágico ou místico no fato dos espíritos entrarem e
saírem dos recintos sem dificuldades, de atravessarem tanto o lençol quanto o
aço.
Propriedades do Perispírito (4) - LUMINOSIDADE
Os espíritos esclarecem a Kardec ("O
Céu e o Inferno, 2ª parte, cap. IV) o seguinte: "Por sua natureza, possui o Espírito uma propriedade luminosa
que se desenvolve sob o influxo da atividade e das qualidades da alma.
Poder-se-ia dizer que essas qualidades estão para o fluido perispiritual como o
friccionamento para o fósforo. A intensidade da luz está na razão da pureza do
Espírito: as menores imperfeições morais atenuam-na e enfraquecem-na. A luz
irradiada por um Espírito será tanto mais viva, quanto maior o seu
adiantamento. Assim, sendo o Espírito, de alguma sorte, o seu próprio farol,
verá proporcionalmente à intensidade da luz que produz, do que resulta que os
Espíritos que não a produzem acham-se na obscuridade."
Porque o espírito, dependendo do seu grau de adiantamento, irradia luz? Vejamos as pedras. Não irradiam luz e são muito sólidas. Mas, quando as vemos sendo expelidas do vulcão, sob a forma do magma (rocha derretida), a pedra está incandescente, emanando luz, e está maleável, densamente liquefeita. É porque está repleta de energia na forma de calor. Na medida em que perde energia calorífica, pois que não tem condições nem de gerá-la ou mantê-la, perde a incandescência, cessando a emissão de luz, e com suas ligações moleculares mais estáveis, se solidifica.
Traçando um paralelo entre a rocha e o espírito, podemos dizer que o
espírito "pedra" é denso, pesado, produz muito pouca energia que não
seja densa e, assim, não tem condições de incandescer. Por ser plenamente
identificado com a matéria, com o ser humano, seus cinco sentidos e as relações
pessoais, pouco capta da energia etérea, mas vibrante, pulsante, abundante,
amorosa, viva, quepermeia o universo. A medida em que avança moralmente e olha
mais para a alma que para o corpo, identifica-se com o espiritual, com o
transcendental, assim SINTONIZANDO com essas correntes energéticas, que passa a
ser condutor, tornando-se, no nosso exemplo, um espírito "magma". Por essa fonte superior de energia ser inesgotável,
incessantemente a capta e sua alma a emana, incandescendo; é como se a pedra
readquirisse a energia que possuía quando estava no vulcão.
Sri Sathya Sai
Baba, um
avatar (mestre) indiano desencarnado em 2011, ao responder a pergunta de como
alguém poderia se tornar elevado como ele, respondeu com simplicidade:
"Sabe quem é Baba? Baba é amor, é amor, é amor. Somos todos iguais, como
uma lâmpada, mas Baba já construiu uma resistência de 150 watts e ilumina mais
do que a irmã, que está pelos 25 watts."
Em suma, quanto mais elevado o espírito,
mais moralizado, mais amoroso; Deus é amor; o espírito, elevando-se em direção
ao criador, capta as energias provenientes das altas esferas espirituais, e
como uma lâmpada ilumina quando energizada, ele torna-se, como dito a Kardec, "seu próprio farol",
iluminando-se e a iluminar.
domingo, 13 de maio de 2012
Propriedades do Perispírito (3) - PONDERABILIDADE
Sendo o perispírito constituído de matéria sutil, quintenssenciada, ele possui um determinado peso, embora não tenha sido possível detectá-lo com nenhum instrumento pela ciência. Embora em 1907 o Dr. Duncan MacDougall, de Massachusetts, tenha feito experimentos com pacientes terminais colocando-os em uma balança e, após o momento da morte, obter um peso médio de 21 gramas que o corpo perdia, nada foi confirmado pela comunidade científica da época, tampouco da atual.
Na dimensão espiritual, porém, cada organização perispirítica tem seu peso específico, que será maior ou menor de acordo com sua densidade, conforme vimos no post anterior. André Luiz nos traz a informação que "Nossa posição mental determina o peso específico de nosso envoltório espiritual e, consequentemente, o habitat que lhe compete" (F.C. Xavier, "Entre a Terra e o Céu, p. 126, cap XX). Pensamentos mesquinhos geram e aglutinam matéria espiritual densa e escura em torno da alma - mais peso; pensamentos elevados, espiritualizados, moralizados dão suavidade, leveza e brilho ao perispírito - menor peso.
Emmanuel complementa que o perispírito "obedece as leis de gravidade, no plano a que se afina"(Roteiro, p. 33). Assim, podemos entender como o espírito desencarnado pode sentir-se chumbado nos pântanos umbralinos de psiquismo degenerado, ou naturalmente atraído para esferas superiores da vida espiritual, condizentes com sua condição mental, ou seja, moral.
Na dimensão espiritual, porém, cada organização perispirítica tem seu peso específico, que será maior ou menor de acordo com sua densidade, conforme vimos no post anterior. André Luiz nos traz a informação que "Nossa posição mental determina o peso específico de nosso envoltório espiritual e, consequentemente, o habitat que lhe compete" (F.C. Xavier, "Entre a Terra e o Céu, p. 126, cap XX). Pensamentos mesquinhos geram e aglutinam matéria espiritual densa e escura em torno da alma - mais peso; pensamentos elevados, espiritualizados, moralizados dão suavidade, leveza e brilho ao perispírito - menor peso.
Emmanuel complementa que o perispírito "obedece as leis de gravidade, no plano a que se afina"(Roteiro, p. 33). Assim, podemos entender como o espírito desencarnado pode sentir-se chumbado nos pântanos umbralinos de psiquismo degenerado, ou naturalmente atraído para esferas superiores da vida espiritual, condizentes com sua condição mental, ou seja, moral.
domingo, 8 de janeiro de 2012
Propriedades do Perispírito ( 2 ) - DENSIDADE
"Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É semimaterial esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal que, nessa circunstância, sofre unia modificação especial. Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um ser abstrato, do Espírito, um ser concreto, definido, apreensível pelo pensamento. Torna-o apto a atuar sobre a matéria tangível, conforme se dá com todos os fluidos imponderáveis, que são, como se sabe, os mais poderosos motores."
(Kardec, "A Gênese", Cap. XI, item 17)
Kardec nos mostra que o perispírito é matéria, ainda que seja quintessenciada. E matéria tem densidade.
Em física, a densidade consiste na relação entre a massa de um corpo e o volume que ocupa (d=m/v). Na prática, é igual ao seu peso específico. Num sentido mais geral, a densidade de uma grandeza exprime a quantidade desta existente por unidade de comprimento, superfície ou volume. Para exemplificar, vejamos a densidade de dois pães: cada um pesa 100 gramas, porém um mede 6 x 10 cm (60 cm cúbicos) e o outro mede 15 x 40 cm (600 cm cúbicos). Uma mordida no primeiro será de "encher a boca", enquanto o segundo terá mais ar do que massa.
Assim é o perispírito: de acordo com o grau de adiantamento espiritual e do mundo onde habita, ele será mais ou menos denso.
Bons pensamentos geram suave energia luminosa: é como colocar gás hélio num balão; ele sobe. Pensamentos de baixo teor moral, carregados de negativismo ou ódio, são densos, viscosos: é como colocar várias colheres de sal em um copo de água potável: a agua fica tão densa que um ovo bóia nela, como uma pessoa bóia no Mar Morto, que também têm excesso de sal na agua.
Espírito evoluído, densidade perispiritual baixa; espírito vulgar, sensual, vingativo, densidade perispiritual alta. Evoluído, matéria rarefeita; baixa evolução, matéria densa a revestir o espírito.
Por fim, como vamos parar, após o desencarne, nas colônias espirituais ou nos umbrais tenebrosos? Nossa densidade perispiritual se encarregará disso: subiremos como um balão, ou afundaremos como uma pedra. Deste modo, nós nos colocamos nos locais felizes ou não após o desencarne, dependendo daquilo que somos.
Assim é o perispírito: de acordo com o grau de adiantamento espiritual e do mundo onde habita, ele será mais ou menos denso.
Bons pensamentos geram suave energia luminosa: é como colocar gás hélio num balão; ele sobe. Pensamentos de baixo teor moral, carregados de negativismo ou ódio, são densos, viscosos: é como colocar várias colheres de sal em um copo de água potável: a agua fica tão densa que um ovo bóia nela, como uma pessoa bóia no Mar Morto, que também têm excesso de sal na agua.
Espírito evoluído, densidade perispiritual baixa; espírito vulgar, sensual, vingativo, densidade perispiritual alta. Evoluído, matéria rarefeita; baixa evolução, matéria densa a revestir o espírito.
Por fim, como vamos parar, após o desencarne, nas colônias espirituais ou nos umbrais tenebrosos? Nossa densidade perispiritual se encarregará disso: subiremos como um balão, ou afundaremos como uma pedra. Deste modo, nós nos colocamos nos locais felizes ou não após o desencarne, dependendo daquilo que somos.
sábado, 7 de janeiro de 2012
Propriedades do Perispírito ( 1 ) - PLASTICIDADE
O perispírito possui grande capacidade plástica (do grego plassein, exprime a característica dos materiais quanto a moldabilidade).
É, talvez, na reencarnação que esta propriedade se sobressai. O espírito reencarnante sofre uma retração perispiritual ao ligar-se no corpo do bebê, perdendo a antiga forma física (cor, traços físicos, altura, sexo, etc...) e submetendo-se às leis da genética, em conjunto com o planejamento reencarnatório feito pelos Mentores Espirituais, que selecionam o espermatozóide que possua um DNA compatível com as principais características corpóreas que, por necessidade evolutiva, necessite manifestar.
Nos processos de regressão, expontânea ou induzida, à medida em que o espírito revive a existência pretérita, o perispírito reassume a antiga forma. No livro "Dramas da Obsessão", escrito através da mediunidade sublime de Yvonne do Amaral Pereira, o Dr. Bezerra de Menezes, para auxiliar uma família de Judeus trucidada por Inquisitores psicopatas da Igreja, é auxiliado por um espírito que, em vida pretérita, fora judeu. Para aproximar-se dos familiares que no hoje tornaram-se verdugos implacáveis dos antigos algozes, reassumiu a forma e a aparência de judeu, com tranças, barba, roupagem preta, etc..
Também na regressão hipnótica vemos o perispírito mostrar sua plasticidade. André Luiz, em Ação e Reação, mostra uma cena em que o chefe de uma falange de "justiceiros" hipnotiza uma mulher, devedora na última existência de um espírito que recorreu aos serviços desta organização. A hipnose, no entanto, não é comum: a mulher regride à forma de um lobo, forma que pertenceu na longa jornada evolutiva que passa pelo Reino Animal.
A ideoplastia é viabilizada graças a plasticidade perispiritual. Um espírito pode alterar sua aparência, como em Loucura e Obsessão, onde o Dr. Bezerra acompanha um jovem com tendência homossexual que tenta resistir às investidas de um tio, que fora seu parceiro sexual no pretérito. O rapaz procurou auxílio em uma casa de umbanda, e, na ação conjunta da nobre entidade que guiava aquele humilde pedreiro que dedicava as horas vagas para o auxílio ao próximo, vemos o encontro de um Exú e uma Pomba-gira, dois seres deformados, com direito a chifres, pata de bode e outros ornamentos que os tornavam terríveis aos olhos dos homens (era o objetivo). A ideoplastia que aplicaram em seus perispíritos foi tão intensa que não se reconheceram senão após muita conversa: haviam sido escravos, marido e mulher, e a origem da dor estava na destruição da sua família pelos seus senhores.
É, talvez, na reencarnação que esta propriedade se sobressai. O espírito reencarnante sofre uma retração perispiritual ao ligar-se no corpo do bebê, perdendo a antiga forma física (cor, traços físicos, altura, sexo, etc...) e submetendo-se às leis da genética, em conjunto com o planejamento reencarnatório feito pelos Mentores Espirituais, que selecionam o espermatozóide que possua um DNA compatível com as principais características corpóreas que, por necessidade evolutiva, necessite manifestar.
Nos processos de regressão, expontânea ou induzida, à medida em que o espírito revive a existência pretérita, o perispírito reassume a antiga forma. No livro "Dramas da Obsessão", escrito através da mediunidade sublime de Yvonne do Amaral Pereira, o Dr. Bezerra de Menezes, para auxiliar uma família de Judeus trucidada por Inquisitores psicopatas da Igreja, é auxiliado por um espírito que, em vida pretérita, fora judeu. Para aproximar-se dos familiares que no hoje tornaram-se verdugos implacáveis dos antigos algozes, reassumiu a forma e a aparência de judeu, com tranças, barba, roupagem preta, etc..
Também na regressão hipnótica vemos o perispírito mostrar sua plasticidade. André Luiz, em Ação e Reação, mostra uma cena em que o chefe de uma falange de "justiceiros" hipnotiza uma mulher, devedora na última existência de um espírito que recorreu aos serviços desta organização. A hipnose, no entanto, não é comum: a mulher regride à forma de um lobo, forma que pertenceu na longa jornada evolutiva que passa pelo Reino Animal.
A ideoplastia é viabilizada graças a plasticidade perispiritual. Um espírito pode alterar sua aparência, como em Loucura e Obsessão, onde o Dr. Bezerra acompanha um jovem com tendência homossexual que tenta resistir às investidas de um tio, que fora seu parceiro sexual no pretérito. O rapaz procurou auxílio em uma casa de umbanda, e, na ação conjunta da nobre entidade que guiava aquele humilde pedreiro que dedicava as horas vagas para o auxílio ao próximo, vemos o encontro de um Exú e uma Pomba-gira, dois seres deformados, com direito a chifres, pata de bode e outros ornamentos que os tornavam terríveis aos olhos dos homens (era o objetivo). A ideoplastia que aplicaram em seus perispíritos foi tão intensa que não se reconheceram senão após muita conversa: haviam sido escravos, marido e mulher, e a origem da dor estava na destruição da sua família pelos seus senhores.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Mensagem de final de ano
"Semeie um pensamento,
e colha um ato;
Semeie um ato,
e colha um hábito;
Semeie um hábito,
e colha um caráter;
Semeie um caráter,
e colha um destino"
(Marion Lawanse).
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
PERISPÍRITO
Perispírito (do gr. peri, em torno, e do lat. spiritus, alma, espírito) é o envoltório perene e sutil da alma, que lhe serve de intermediário para atuar na matéria física ou no plano em que se encontre.
Nomenclatura de conotação científica adotada por kardek, também é conhecido por nomes como psicossoma (André Luiz), corpo espiritual, corpo astral, mano-maya-kosha pelo Vedanta, de kamarupa pelo Budismo Esotérico, ka pelos egípcios, de rouach pela Cabala Hebraica, de eidôlon pelo tradicionalismo grego e de khi pelos chineses.
Sua composição é a mesma que dá origem ao corpo físico. Segundo Kardek, "O corpo perispirítico e o corpo carnal tem, pois, origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em estados diferentes." (A Gênese, cap XIV). Sendo o Fluido Cósmico Universal a energia matriz que compõe o universo, o perispírito é uma aglutinação de fluido cósmico extremamente rarefeita em relação à matéria densa do corpo físico. Cabe ressaltar que, em sua dimensão energética, é matéria tão palpável para o espírito quanto o corpo físico é para o encarnado.
A natureza do envoltório sutil está sempre relacionada ao grau de adiantamento moral do Espírito. Etéreo e luminoso nos espíritos evoluídos, apresenta-se grosseiro, pastoso, parecendo ainda pertencer ao mundo físico naqueles espíritos movidos unicamente por suas paixões.
Além de ser a identidade da alma, pois registra até mesmo "um fio de cabelo que caia da cabeça do homem", é a matriz do corpo físico. Jacob Melo o denomina "Modelo Organizador Biológico". Podemos dizer que o corpo físico é uma aglutinação de matéria densa em torno do perispírito. Dá vida, organiza e vitaliza o corpo físico, que vem a perecer quando os laços fluídicos que o ligam ao perispírito são desfeitos.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Opinião de Divaldo sobre a enxurrada de livros "espíritas" no mercado
O movimento espírita tem sido invadido por uma enxurrada de publicações que trazem a informação de serem mediúnicas. Temos visto que os dirigentes, vários deles, não utilizam qualquer critério de seleção doutrinária. O que nos aconselha?
"O nosso pudor em torno do Index Expurgatorius da Igreja Romana leva-nos, sem nos darmos conta, a uma tolerância conivente. Como não nos é lícito estabelecer um mapa de obras que mereçam ser estudadas em detrimento daquelas que trazem informações inautênticas em torno dos postulados espíritas, muitos dirigentes, inadvertidamente, divulgam obras que prejudicam mais a compreensão do Espiritismo do que aclaram.
É muito comum dizer: mas é muito boa! Mas, muito boa, porém não uma obra espírita e no que diz respeito à mediunidade, a mediunidade ficou tão barateada, tão vulgarizada, que perdeu aquele critério com que Allan Kardec a estuda em “O Livro dos Médiuns”.
O médium é médium desde o berço. Os fenômenos nos médiuns ostensivos começam na infância e quando têm a felicidade de receber a diretriz da Doutrina, torna-se o que Chico Xavier denominava com muita beleza: mediunidade com Jesus. O que equivaleria dizer: a mediunidade ética, a mediunidade responsável, criteriosa, a mediunidade que não se permite os desvios do momento, os modismos.
Mas a mediunidade natural pode surgir em qualquer época e ela surge como inspiração. O indivíduo pode cultivá-la, desenvolve-la naturalmente.
Vem ocorrendo uma coisa muito curiosa, pela qual, alguns espíritas desavisados, de alguma maneira, são responsáveis: se o livro é de um autor encarnado, não se lê, porque como se ele não tivesse autoridade de expender conceitos em torno da Doutrina. Mas, se é um livro mediúnico, ele traz um tipo de mística, de uma chancela, e as pessoas logo acham que é o máximo. Adotam esse livro como um Vade Mecum, trazendo coisas que chocam porque vão de encontro aos postulados básicos do espiritismo.
Entra agora uma coisa que é profundamente perturbadora: o interesse comercial. Vender o livro sob a justificativa de que as Casas Espíritas necessitam de recursos. Para atender as necessidades, vendem obras de autoajuda, de esoterismo, de outras doutrinas, quando deveríamos cuidar de divulgar as obras do Espiritismo, tendo um critério de coerência.
Quando visitei Paris pela primeira vez, em 1967, eu fui ver e conhecer a Union Spirite Française que ficava na Rua Copernique, número 8. Era período de férias, agosto a setembro, praticamente a Europa fecha-se e a França, principalmente. A Union estava fechada. Chamou-me a atenção as vitrinas que exibiam obras: não tinha uma espírita. Eram obras esotéricas, eram obras hinduístas, eram obras de Madame Blavatsky. São todas respeitáveis, mas não temos compromisso com elas. O nosso compromisso é com Jesus e com Kardec, sem nenhum fanatismo e sem nenhuma restrição pelas outras obras, que consideramos valiosas para cultura, para ampliação do entendimento. Mas, temos que optar por conhecer a Doutrina que professamos.
Verificamos, neste momento, essa enxurrada perniciosa, porque saem mais de cinquenta títulos de obras pseudomediúnicas por mês, pelo menos que nos chegam através dos catálogos, tornando-se impossíveis de serem lidas. O que ocorre? Eu recebo entre 10 e 20 solicitações mensais, pedindo aos Espíritos prefácios para obras que ainda estão sendo elaboradas. A pressa desses indivíduos de projetar a imagem, de entrarem nesse pódium do sucesso é tão grande que ainda não terminaram de psicografar - quando é psicográfica - ou de transcrevê-la, quando é inspirada, ou de escrevê-la, quando é de próprio punho, de própria concepção, já preocupado com o prefácio. Eu lhes digo: Bom, aos Espíritos eu não faço solicitações. Peço desculpas por não poder mandar o prefácio desejado. Espere, pelo menos, concluir o trabalho. Pode ser que eu morra, pode ser que você morra e pode ser que o Guia reencarne antes de terminar a obra.
A um que insistiu muito, contei uma história dos tempos homéricos, das dificuldades entre palestinos e judeus. Um judeu caiu nas mãos de um Sheik que morava à borda do deserto e, de imediato, ele foi condenado à morte. Deveria ser enforcado daí a três dias.
A notícia foi mandada de oásis em oásis pelo deserto, e, no dia aprazado, uma multidão cercou-se da praça em que o judeu ignóbil ia ser enforcado. No momento azado, o Sheik perguntou-lhe se tinha algum pedido a fazer e ele disse:
— Tenho, sim. Tenho apenas um pedido. Eu desejo pedir ao nobre Sheik que me poupe a vida.
O Sheik disse:
— Mas é impossível, você é nosso inimigo! Nós somos primos pela nossa origem do Pai Abrahão, mas isto é impossível. Por que desejaria viver?
— Porque eu sei que o nobre Sheik ama muito os cavalos; os cavalos árabes são de sangue puro, são os melhores do mundo e eu sei que nobre Sheik tem um cavalo ao qual ama com enternecimento.
E continuou:
— A minha vida é inútil. Tive uma ideia, na minha condição de judeu que estudou a Torah e sabe do pensamento de Deus. Proponho-me a pedir um ano de vida para poder ensinar seu cavalo a falar.
O Sheik foi tomado de espanto:
— Mas, você garante que o meu cavalo vai falar?
— Sem dúvida. Se ele não falar dentro de um ano, ao terminar o prazo o senhor me mata, não perco nada. Vai me matar de qualquer forma.
O Sheik emocionado, aplaudido pelos súditos, mandou que o levassem à baia, que ele tirasse o cavalo e tomasse as primeiras providências, assistido por escravos que o vigiavam.
Ele ganhou um ano de vida e saiu eufórico. Quando atravessava a multidão, alguém disse:
— Mas, que judeu estúpido! Será que ele não está vendo que esse cavalo não vai falar nunca!
Ele sorriu e respondeu:
— Não sei. Mas eu ia morrer agora e ganhei um ano e em um ano muita coisa pode acontecer. Pode ser que eu morra, pode ser que morra o Sheik ou pode ser que o cavalo fale. Não perco nada!
Foi uma proposta extraordinária. Aí, adiantei para o médium: pode ser que eu morra antes do prefácio, pode ser que você morra ou o guia reencarne. É possível que o livro fique inconcluso.
É uma onda de perturbação para minar-nos por dentro. O Codificador nos recorda que os piores inimigos estão no próprio Movimento, o que torna muito difícil a chamada seleção natural. Nós deveremos ter muito cuidado ao examinar esses livros. Penso que as instituições deveriam ter uma comissão para lê-los, avaliar a sua qualidade e divulgá-los ou não, porquanto as pessoas incautas ou desconhecedoras do Espiritismo fascinam-se com ideias verdadeiramente absurdas.
Tenho ouvido e visto declarações pessoais de médiuns que dizem não serem espíritas e não terem nenhum vínculo com qualquer “ismo”; são livres atiradores e as suas obras são vendidas nos Centros Espíritas, porque vendem muito. Até amigos muito queridos têm, em suas livrarias, nos Centros Espíritas que frequentam, essas obras que são romances interessantes, como os antigos romances de Agatha Christie, de M. Dellyt e tais. Mas essas obras não são espíritas, embora ditadas por um Espírito, mas ditadas ao computador.
Muitos perguntam: Divaldo, por que é que você não psicografa direto no computador? Eu digo: por carma. Eu já pedi a Joanna, por ser tão fácil, porque eu psicografo ainda, antes à lápis, agora à esferográfica? Tenho um calo. Depois eu tenho que digitar. É uma trabalheira. Insisti com Joanna: Por que a senhora não psicografa, me toma e escreve? Respondeu-me:
— Meu filho, no meu tempo não tinha computador. Era máquina, ainda, para ser desenhada no séc. XIX e não pretendo aprender computação agora.
E, sorrindo, ela me diz:
— Necessitamos do fluido nervoso, desse intercâmbio alma a alma, perispírito a perispírito.
Essas obras são muito interessantes, ninguém contesta, mas o tempo que se gasta, lendo-as, é um desvio do tempo de aprendizagem da Doutrina Espírita. As pessoas ficam sempre à margem, não se aprofundam. Observo, em nossa Instituição, pelas perguntas infantis que me fazem.
Ainda, há poucos dias, recebi um e-mail pedindo que eu interrogasse os bons Espíritos a respeito do seguinte: a pessoa era espírita, leu as obras de fulano, de beltrano e de cicrano, que não são espíritas e apesar disso é espírita e estava com muita dificuldade financeira. Tinha um pequeno capital e queria investi-lo para poder ter uma vida digna, sobreviver com a aplicação. Perguntava-me o que é que os Espíritos achavam dela construir um motel numa estrada para ganhar dinheiro.
Eu fiquei pensando: ou é brincadeira ou é um teste para avaliar meu equilíbrio. Deletei, é claro. Mas, serve para a gente ver a mentalidade: é espírita.
Um outro. Contou-me uma médica, que havia sido assaltada com o marido. Um grupo de cinco bandidos assaltara-os e levara-os a uma praia. Dois deles vieram à cidade com os cartões de crédito para retirar dinheiro e três outros ficaram, armados. Essa médica, espiritista realmente, vendo que os jovens estavam muito aturdidos, tentou uma comunicação qualquer. Percebeu que um deles era mais acessível. Quando os outros dois se afastaram um pouco ali na praia, começou a falar:
— Você tão jovem, por que está no caminho do crime?
Ele respondeu grosseiramente:
— Cale a boca, porque nós temos ordem de matar vocês. Quer retiremos o dinheiro, quer não, estamos esperando o telefonema para matar. Vou dar uma dica: na hora em que os colegas se afastarem, dá-me um soco, pegue uma pedra, faça qualquer coisa, me atire no chão e fujam, porque vocês vão morrer.
— Por que é que você está me dizendo isso?
— Porque eu sou espírita.
Era um ladrão espírita! Vejam que coisa!
— Eu sou espírita e frequento o Centro Espírita tal. Sou devoto do Dr. Bezerra de Menezes. O Dr. Bezerra até hoje me protegeu, a polícia não me pegou de jeito nenhum, graças aos passes que eu tomo no Centro Espírita. Tal a minha devoção ao Dr. Bezerra que quero retribuir, salvando a vida de vocês. Vou empurrar uma pedra para cá. Podem me jogar a pedra com força, eu desmaio e vocês fogem.
Ficou aturdida, os outros pareciam drogados, ele era um jovem de 19, 20 anos. Arranjou um jeito, o marido encontrou uma pedra, deu uma pedrada nele e saíram correndo. Perderam-se na escuridão.
Conseguiram salvar-se porque chegaram ao asfalto e receberam ajuda, foram à polícia, tomaram providencias. Foram feitos saques que não eram grandes.
Quinze dias depois, exatamente, ela estava no pronto-socorro, quando dá entrada um jovem que fora esfaqueado. Ela corre para o atender, era o ladrão espírita.
Ele pede:
— Doutora, não me denuncie. Lembre-se que salvei a sua vida.
— Não vou denunciá-lo, O que aconteceu com você?
— Acho que o Dr. Bezerra não está muito de acordo com minha vida e me deu esta lição. Eu vou sair do crime se a senhora me ajudar.
Quanta ingenuidade! Quanto desconhecimento do Espiritismo!
São os papa-passes, que acham que o passe resolve tudo. A responsabilidade é dos passistas, que aplicam os passes mas não esclarecem as pessoas quanto à necessidade da transformação moral para não precisarem de mais passes.
É necessário que procuremos divulgar a Doutrina, conforme nós a herdamos do íncílito Codificador e das entidades venerandas, que preservaram essa Doutrina extraordinária, para que nós possamos contribuir com a construção de um mundo melhor.
A respeito desses livros que proliferam, me causam surpresa, quando amigos com quarenta, cinquenta anos de idade, pessoas lúcidas, pessoas cultas, que nunca foram médiuns, ou, pelo menos, jamais o disseram, escrevem livros até ingênuos, que nem são bons nem são maus, e rotulam como mediúnicos e passam a vender, porque são mediúnicos.
Realmente, a questão deve ser muito bem estudada, inclusive, penso, que pelo Conselho Federativo Nacional para se tomar uma providência. Não de cercear-se a liberdade — não temos esse direito, mas pelo menos de esclarecer os leitores e procurar demonstrar quais são as características de uma obra espírita e as características de uma obra imaginativa.
Um dos livros mais vendidos, dito mediúnico, tem verdadeiras aberrações, em que a entidade fez do mundo espiritual uma cópia do mundo físico, ao invés de o mundo físico ser uma cópia do mundo espiritual. Inverteu, porque o Espírito está tão físico no mundo espiritual! E um Espírito do sexo feminino, que tem os fluxos catamênicos no mundo espiritual e que vai ao banheiro e dá descarga!
Outras obras, igualmente muito graves, falam de relacionamentos sexuais para promoverem reencarnação no Além. Ora, a palavra reencarnação já caracteriza tomar um corpo de carne. Como reencarnar no Além, no mundo de energia, de fluidos, onde não existe a carne? O Além, com ninhos de passarinhos multiplicando-se, em que as aves vêm, chocam e nascem os filhotinhos. Não é que estejamos contra qualquer coisa, mas é que são delírios, pura fascinação.
Acredito que alguns desses médiuns são médiuns autênticos. Ocorre que eles não perderam a mediunidade, a sua faculdade mediúnica é que mudou de mãos, daquelas entidades respeitáveis para as entidades frívolas que estão criando verdadeiros embaraços, porque em determinados seminários, palestras, fazem perguntas diretas e ficamos numa situação delicada, porque citam os nomes. Toda vez que dizem os nomes eu me recuso responder. Numa pergunta em tese muito bem, mas declinar nomes, não. Não tenho esse direito de levar alguém ao escárnio.
Dessa forma, o problema é mais grave do que parece, porque muitos também estão fazendo disso profissão, embolsam o resultado das vendas. Enquanto outros justificam obras de má qualidade, por terem um objetivo nobre: ajudar obras de assistência social. Os meios não justificam os fins."
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